Sem-abrigo de Lisboa compreendem apoio a refugiados
Sem-abrigo reclamam ajuda semelhante.
A viverem pelas ruas da cidade de Lisboa, algumas pessoas em situação de sem-abrigo disseram à Lusa que compreendem o apoio de Portugal no acolhimento de refugiados, mas queixam-se de não terem ajuda semelhante por parte do Governo.
Portugal está "praticamente" pronto para acolher 4.500 refugiados, segundo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e várias instituições sociais e municípios têm-se mobilizado para ajudar. Porém, há também quem se tenha manifestado contra a entrada de refugiados, tendo como mote "Cuidar dos Nossos Primeiro" e dando como exemplo a situação dos sem-abrigo.
A dormir pelas ruas de Lisboa, José Manuel Saraiva, de 53 anos, mostrou-se solidário com o acolhimento aos refugiados, por considerar que é uma situação "muito pior" comparada à condição de sem-abrigo.
"Não me afeta que o Estado ajude. Prefiro que não me ajudem a mim e que os ajudem a eles", afirmou à Lusa este lisboeta, sem-abrigo há cerca de seis anos, acreditando que o apoio aos refugiados "será uma situação pontual".
Para José Manuel Saraiva, o caso dos refugiados é complicado por virem de países em guerra, explicando que "é muito difícil ver imagens de crianças e outras pessoas a morrerem todos os dias".
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