Trabalhadores da Petrogal protestam em defesa dos seus direitos

Funcionários mostram-se contra o agravamento das condições de trabalho e a favor da contratação coletiva.

24 de abril de 2017 às 15:03
Trabalhadores da Petrogal em protesto pelos seus direitos Foto: Lusa
Trabalhadores da Petrogal em protesto pelos seus direitos Foto: Lusa
Trabalhadores da Petrogal em protesto pelos seus direitos Foto: Lusa
Trabalhadores da Petrogal em protesto pelos seus direitos Foto: Lusa
Trabalhadores da Petrogal em protesto pelos seus direitos Foto: Lusa

1/5

Partilhar

Cerca de uma centena de trabalhadores da Petrogal concentrou-se esta sexta-feira em frente da sede da Galp, em Lisboa, manifestando-se em defesa dos seus direitos, contra o agravamento das condições de trabalho e a favor da contratação coletiva.

Em declarações à agência Lusa, Manuel Bravo, da direção da Fiequimetal - Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, explicou que "os trabalhadores da Petrogal estão a protestar contra o ataque que tem sido feito aos seus direitos", além de se oporem "à denúncia pela administração do Acordo de Empresa".

Pub

Após terem aprovado por unanimidade uma moção que visa reclamar a continuação do processo de discussão do Acordo de Empresa, com vista a promover uma solução negociada que permita a normalização da contratação coletiva na Petrogal, uma delegação entregou-a na sede da Galp, sem que tenha sido recebida por qualquer elemento da administração ou seu representante.

Segundo o sindicalista, em causa está o "ataque a direitos justamente alcançados", que vão desde os subsídios, às pensões de reforma e às condições de seguro de saúde.

"Nada justifica que a Petrogal ataque os direitos dos trabalhadores, sobretudo num período em que a empresa tem lucros absolutamente fabulosos. Nestes três últimos anos, o lucro líquido da Petrogal foi mais de 1,5 mil milhões de euros", disse à Lusa Manuel Bravo, assinalando que "estes resultados foram conseguidos com o esforço e empenho dos trabalhadores".

Pub

E prosseguiu: "A Petrogal, em vez de agradecer aos seus trabalhadores pelos resultados, tem atacado o que são os seus direitos".

Para a Fiequimetal, os trabalhadores conhecem "o comportamento da administração e não têm grandes expectativas".

Por isso, marcaram uma greve que se inicia em 06 de maio e vai até ao dia 10 do mesmo mês e que engloba todas as refinarias da Petrogal e a sede da Galp, em Lisboa.

Pub

"E a luta não ficará por aqui se até lá a Petrogal ou administração não arrepiar caminho, não devolver aquilo que é dos trabalhadores, que foi conquistado e livremente contratualizado entre as partes", advertiu o dirigente sindical, lembrando que "nada justifica que a Petrogal queira retirar os direitos aos trabalhadores".

Por sua vez, a deputada do PCP Paula Santos disse à Lusa que o partido comunista compareceu neste protesto para mostrar "a sua solidariedade para com os trabalhadores da Petrogal".

"O que está em causa é efetivamente a administração não manter o Acordo de Empresa com o objetivo de retirar um conjunto de direitos a estes trabalhadores", explicou a deputada, adiantando que o PCP considera a negociação e a contratação coletiva "um direito".

Pub

Paula Santos considerou também que é por isso que "é justa" a luta dos trabalhadores e que a oposição à caducidade da contratação coletiva "é fundamental".

Nesse sentido, disse à Lusa que o grupo parlamentar do PCP agendou para o dia 04 de maio um debate na Assembleia da República sobre este tema e durante o qual será apresentada uma proposta do partido com "o objetivo de revogar a caducidade da contratação coletiva".

Depois de terminar a concentração junto à sede da Galp, os trabalhadores deslocaram-se para o Ministério do Trabalho, na praça de Londres, em Lisboa.

Pub

O dirigente sindical Manuel Bravo, questionado pela Lusa quanto à denúncia do Acordo de Empresa na Petrogal, lamentou que o Ministério do Trabalho, que deveria "promover a contratação coletiva e a negociação", tenha vindo a fazer "exatamente o contrário".

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar