Trabalhadores da Suldouro marcam três dias de greve para exigir melhores salários

Dirigente sindicial refere que falharam as negociações porque a empresa não apresentou uma contraproposta à entregue pelos trabalhadores em junho.

26 de setembro de 2025 às 09:28
Resíduos urbanos Foto: Getty Images
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Os trabalhadores da Suldouro, empresa que trata os resíduos em Gaia e Santa Maria da Feira, marcaram uma greve para os dias 08, 09 e 10 de outubro para exigir valorização e melhores salários, disse esta sexta-feira fonte sindical.

O pré-aviso de greve foi entregue na terça-feira pelo Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel) para os dias 08, 09 e 10 de outubro, vésperas das eleições autárquicas de 12 de outubro.

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"O descontentamento dos trabalhadores é muito. Exigem valorização e melhores salários. Depois de falhadas as negociações porque a empresa não apresentou uma contraproposta à nossa entregue em junho, os trabalhadores decidiram em plenário que não há outro caminho a não ser fazer greve", referiu à Lusa Gustavo Gaspar, dirigente do Sindel.

Para segunda-feira está marcada uma reunião na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), no Porto, para estipular quais os serviços mínimos, revelou a mesma fonte.

Segundo Gustavo Gaspar, os trabalhadores têm mostrado descontentamento "desde o início do ano" e o sentimento piorou quando "a administração apontou que a valorização só poderia ocorrer em janeiro porque só aí haverá verbas disponíveis".

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"Mas se pode esperar tanto", resumiu.

No pré-aviso de greve lê-se que "das várias matérias apresentadas, a administração da empresa não aceitou nenhuma delas nem avançou qualquer contraproposta", nomeadamente naquelas que o sindicato descreve como "as mais relevantes": atualização salarial e subsídio de refeição.

"[A empresa] informou que irá manter as atualizações salariais nos moldes em que estão calendarizadas, sem quaisquer aumentos intercalares, seja quanto aos restantes temas, tendo apenas solicitado ao Sindel que afinasse para esclarecimento algumas das outras propostas", acrescenta o sindicato.

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A agência Lusa contactou a Suldouro, que, em resposta escrita, garantiu que tem "promovido uma política de diálogo permanente, recebendo sempre os seus trabalhadores e o Sindel, ouvindo as suas preocupações e sugestões, no sentido de desenvolver e contribuir, em conjunto, para a melhoria das condições de trabalho de todos".

"Quanto à atual reivindicação salarial da Comissão Sindical, a Suldouro esclarece que tem vindo a defender as condições salariais dos seus trabalhadores e aguarda a aprovação das entidades competentes. A Suldouro mantém e manterá o seu compromisso para com todos os seus trabalhadores, acionistas e municípios, com o objetivo de assegurar a manutenção da sua operação neste período e minimizar quaisquer constrangimentos junto da população que daí possam advir", lê-se na resposta.

A empresa esclarece que "encontra-se já em fase de negociação com as entidades competentes e com o Sindel, de forma a garantir a definição dos serviços mínimos para a operação, conforme previsto na lei".

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"Neste período, reforçamos a compreensão e a colaboração da população", acrescenta, aproveitando para "clarificar que a recolha do contentor indiferenciado, da responsabilidade dos Municípios, se manterá, assim como o serviço de recolha porta a porta doméstico".

Segundo a empresa, esta serve, nos dois municípios, Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira, cerca de 450 mil os habitantes, valorizando mais de 208 mil toneladas de resíduos urbanos por ano.

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