Tráfico de órgãos pode aumentar
Em Portugal há, em média, um órgão traficado por ano.
A crise de refugiados pode fazer aumentar o tráfico de órgãos na Europa, alertou ontem o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação. Em Portugal, há em média um caso por ano, referiu Fernando Macário. Trata-se de casos de portugueses com dinheiro que vão a países como Filipinas, Paquistão, Índia ou China para comprar um órgão de que necessitam. "É o que se passa em todo o Mundo: pessoas ricas a comprar órgãos a miseráveis." Há também casos de potenciais recetores em países que não fazem a transplantação que acabam por ter problemas – o responsável deu o exemplo de um angolano que foi à China e depois apareceu em Portugal com uma complicação de saúde resultante do transplante.
Segundo os dados ontem apresentados, entre janeiro e agosto, Portugal teve 218 dadores de órgãos – 20,9 por milhão de habitantes, o número mais elevado desde 2011. Segundo Ana França, coordenadora nacional da transplantação, a grande maioria dos dadores morre envelhecido ou doente, ou ambas, comprometendo a saúde dos órgãos a doar. O Instituto do Sangue e da Transplantação vai propor a possibilidade de as pessoas poderem decidir interromper os seus cuidados de fim de vida e doarem os órgãos após a morte. Quanto aos transplantes, nos primeiros oito meses foram realizados 521. Atualmente, 1970 doentes esperam por um transplante de rim.
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