Um terço dos jovens teve embriaguez severa
Inquérito revela também taxas altas de consumo de droga, mas tendência dos últimos anos é de descida.
Os jovens portugueses de 18 anos apresentam taxas “muito elevadas” de consumo de bebidas alcoólicas, com quase metade (48%) a admitir que, nos últimos 12 meses, bebeu de forma ‘binge’ (mais de cinco bebidas numa ocasião para raparigas e seis para rapazes) e um terço (33%) a referir que sofreu embriaguez severa, o que significa ficar a cambalear, vomitar ou perder a consciência.
O inquérito a 92 122 participantes no Dia da Defesa Nacional de 2024 revela ainda uma prevalência alta no consumo de tabaco, com 38% a afirmar que fumou nos últimos 12 meses, e também de substâncias ilícitas, tendo 21% confessado que consumiu, e sobretudo canábis (20%). As raparigas são desde 2022 as que mais bebem, com 76% a afirmar que já consumiu álcool no último ano, face a 73% dos rapazes.
No consumo de sedativos, as raparigas (5%) também estão acima dos rapazes (4%), mas nas restantes substâncias os rapazes lideram, embora no tabaco (38%) com uma diferença de um ponto percentual. Já nos opiáceos, os rapazes consomem quatro vezes mais do que as raparigas.
Comparando 2015, o ano do primeiro inquérito, com 2024, os consumos têm todos descido, exceto a heroína, que teve recentemente uma subida, mas ainda assim apenas 1,4% admite usar a droga. O consumo de canábis nos 12 meses anteriores também desceu (22,6% para 19,6%), mas entre as raparigas subiu (16,2% para 17,1%).
Já a percentagem de jovens que declara ter sentido problemas devido aos consumos aumentou. No caso do álcool, 31% (aumento de 12pp) declara problemas como mal-estar emocional e fraco rendimento na escola, enquanto 16% (aumento de 7pp) admite problemas devido ao consumo de substâncias ilícitas.
“A canábis é o produto ilícito consumido por mais jovens, com prevalências de 24% ao longo da vida, 20% nos 12 meses anteriores e 11% nos 30 dias anteriores”, refere o estudo do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD). Retirando a canábis, a prevalência de consumo das restantes substâncias desce para 8% (PLV), 6% (P12M) e 3% (P30D). Entre estas, destacam-se as anfetaminas/metanfetaminas (incluindo o ecstasy), com 4% nos 12 meses anteriores, e de cocaína, de 2% no mesmo período temporal,
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