Vacinação contra HPV vai ser alargada a jovens até aos 26 anos em 2026
Diretora-geral da Saúde disse que a medida é "muito relevante" para a eliminação de um vírus associado a vários tipos de cancro
A vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) vai ser alargada a jovens até aos 26 anos em 2026, abrangendo raparigas e rapazes que não tenham sido vacinados anteriormente, anunciou esta sexta-feira a diretora-geral da Saúde.
"Na expectativa de caminharmos para a implementação de uma estratégia de eliminação do vírus do papiloma humano, em 2026 a vacinação contra o HPV será alargada até aos 26 anos", afirmou Rita Sá Machado na cerimónia comemorativa dos 60 anos do Programa Nacional de Vacinação (PNV).
A diretora-geral da Saúde disse que a medida é "muito relevante" para a eliminação de um vírus associado a vários tipos de cancro, nomeadamente do colo do útero e adiantou que a norma da DGS sobre o alargamento da vacinação contra o HPV será publicada "muito brevemente".
"Para nós, é realmente relevante incluir esta medida e continuar ao longo do tempo a perceber que outras medidas podemos também incluir rumo à eliminação do vírus do papiloma humano", afirmou Rita Sá Machado na cerimónia que está a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Segundo o relatório anual 2024 do Programa Nacional de Vacinação da DGS, a cobertura vacinal contra infeções pelo HPV em raparigas manteve-se elevada, ultrapassando a meta dos 90%.
Nos rapazes, manteve-se a tendência verificada nos últimos anos de aumento progressivo das coberturas vacinais nos diferentes grupos etários em análise, aproximando-se das obtidas nas raparigas, e ultrapassando a meta dos 90% no grupo dos 15 anos, refere o relatório.
A vacina contra o HPV foi introduzida no Programa Nacional de Vacinação em 2008, inicialmente para raparigas de 13 anos.
Posteriormente, a idade para vacinação foi antecipada para os 10 anos, abrangendo raparigas até aos 18 anos, e em 2020 foi alargada também aos rapazes nascidos a partir de 1 de janeiro de 2009.
Na cerimónia, promovida pela Direção-Geral da Saúde, Rita Sá Machado considerou que os 60 anos do PNV, assinalados no sábado, são "um marco histórico".
"É um marco da história da saúde pública em Portugal e 60 anos depois podemos, com orgulho, dizer que este programa transformou profundamente a saúde pública do nosso país. Graças às elevadas coberturas vacinais, Portugal alcançou efeitos notáveis", realçou a diretora-geral da Saúde.
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