Depressão Martinho semeia o caos com uma ocorrência a cada 20 segundos

Em 42 horas foram registadas 8241 ocorrências, na maioria quedas de árvores ou estruturas devido ao vento. Uma mulher de Sintra com prognóstico muito reservado.

21 de março de 2025 às 01:30
Uma das moradoras que foram afetadas na Lourinhã, onde 13 pessoas ficaram desalojadas Foto: Carlos Barroso/Lusa
S. M. Feira. Cemitério de Lourosa ficou danificado Foto: Direitos Reservados
Famalicão. Danos provocados pela passagem da depressão ‘Martinho’ junto a uma moradia em Famalicão. Foto: Rodrigo Andrade/CMTV
Lagoa. Cinco campas do cemitério de Ferragudo ficaram danificadas após a queda de uma árvore de grande porte Foto: Direitos Reservados
Sintra. Árvores foram arrancadas pelo vento e caíram em cima das campas no cemitério de Montelavar Foto: Direitos Reservados
Vila do Conde. Cobertura da bancada central do Estádio dos Arcos, pertencente ao Rio Ave, não resistiu ao vento forte Foto: Direitos Reservados
Lisboa. Trabalhadores tentam puxar parte de uma estrutura de andaimes que desabou devido à tempestade ‘Martinho’ Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Torres Vedras. Cobertura do Estádio Manuel Marques ficou parcialmente destruída devido ao mau tempo Foto: SCU Torreense

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A depressão ‘Martinho’ atingiu com força Portugal continental, na madrugada e manhã desta quinta-feira, deixando um rasto de destruição que nem poupou cemitérios, escolas ou estádios de futebol. Entre as 00h00 de quarta-feira e as 18h00 desta quinta-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil registou 8241 ocorrências relacionadas com o mau tempo: foram em média 196 a cada hora; três por minuto; uma a cada 20 segundos. Tratou-se principalmente de quedas de árvores (4485) e de estruturas (2019), relacionadas com o forte vento. Houve danos em centenas de casas, negócios e viaturas.

A passagem da depressão ‘Martinho’ causou, na quarta-feira, ferimentos graves numa mulher (atingida por uma árvore quando passeava na Lagoa Azul, Sintra) que esta quinta-feira permanecia com “prognóstico muito reservado”. O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que só na capital foram registados seis feridos: um deles um PSP e outro um maquinista da CP. Em todo o País terão sido dezenas os bombeiros que sofreram pequenos ferimentos durante as operações.

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Em Miragaia, na Lourinhã, um “um pico de vento” acordou os moradores à 01h35. “Era um som infernal. Depois pareciam bombas a cair. Eram os telhados a serem arrancados e as caldeiras e painéis solares a caírem sobre o asfalto”, relata Fernanda Duarte. Treze moradores do Bairro das Eiras, entre eles cinco crianças, ficaram desalojados e não sabem quando poderão voltar a casa, apesar das garantias da Câmara da Lourinhã de que vai “dar todo o apoio necessário”. Neste local, cinco casas ficaram sem telhado e outras duas ficaram com os vidros partidos devido à projeção dos destroços.

No Pinhal Novo, 200 pessoas foram retiradas de um parque de campismo após as rulotes e atrelados terem sido atingidos por árvores.

Em Lourosa, Santa Maria da Feira, 39 campas e jazigos do cemitério ficaram danificados devido à queda de um muro de um estádio. Também em Ferragudo, Lagoa, várias campas ficaram danificadas na queda de uma árvore de grande porte. O mesmo aconteceu em Montelavar, Sintra.

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Também as igrejas e as escolas de norte a sul sofreram com o mau tempo, tendo várias permanecido encerradas devido aos danos ou pela falta de eletricidade - e por ironia, o forte vento fez desta quinta-feira o melhor dia de sempre em Portugal de produção de energia eólica. Os estádios de clubes como o Belenenses, Rio Ave, Torreense e Olivais e Moscavide foram afetados.

E TAMBÉM

Árvore pára comboio

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Uma árvore atingiu um comboio da CP na Linha de Cascais, ferindo o maquinista, e cortando a circulação entre Caxias e Paço de Arcos, situação que se manteve durante praticamente todo o dia. Houve ainda problemas nas linhas do Norte (Alverca), Beira Alta (Guarda), Sul, Sado, Douro (Régua), Vouga (Águeda) e Oeste.

Lisboa mais atingida

Lisboa e Vale do Tejo, com 5051 situações, foi a região mais afetada. Seguiram-se o Centro (1656), o Norte (891), o Algarve (350) e o Alentejo (293).

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Navio afunda

Um navio da Marinha já abatido ao serviço afundou parcialmente por causa do mau tempo, no Cais da Margueira, Almada. A forte agitação marítima provocou mais de 24 ocorrências com embarcações junto à orla costeira.

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