NASA pretende reforçar análise das mudanças climáticas através de satélites

Será construído um novo Observatório de Sistemas Terrestres e o programa tem início previsto para 2027.

01 de junho de 2021 às 11:17
NASA, espaço, terra, astronomia, ciência, tecnologia Foto: Direitos Reservados
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A agência espacial americana NASA planeia usar tecnologia de satélites aprimorada para analisar melhor os impactos nas mudanças climáticas em todo o mundo.

A chefe de sistemas terrestres da agência, Karen St. Germain, revelou que serão estipuladas parcerias com empresas privadas, cientistas e governos estrangeiros. "A ideia é ter mais cientistas a analisar os dados e acelerar o ritmo das descobertas para agir mais rapidamente", referiu ao Climate Home News

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A NASA diz que será criado um novo Observatório de Sistemas Terrestres (ESO, na sigla em inglês), para reforçar as análises à mudança climática, previsão de desastres ambientais, combate a incêndios florestais e melhoria na agricultura.

Um dos fenómenos que tem aumentado a poluição do planeta é a libertação de diferentes tipos de aerossóis, através do fumo dos incêndios, de cinzas de vulcões ou da poluição das fábricas. Ao compreender o ciclo dessas matérias, os cientistas podem prever onde e como as nuvens se formam.

Ao desenvolver sistemas de observação por satélite de nuvens e aerossóis, o pesquisador do Grantham Institute, Paulo Ceppi referiu que os investigadores pretendem medir com maior exatidão a quantidade de aerossóis no ar e entender a formação de nuvens ao seu redor.

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A análise pode ajudar a prever eventos climáticos extremos - como ciclones que atualmente atingem o sul do continente asiático - e o nível crescente do aquecimento do planeta Terra, tendo em conta que diferentes tipos de nuvens - consoante o tamanho e a densidade - refletem diferentes quantidades de luz solar.

As tempestades intensificaram-se bastante nos últimos anos e são cada vez mais frequentes. O chefe da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, sublinhou que existem lacunas na análise metrológica a nível global e nos sistemas de alerta, dando conta de que apenas metade dos 193 membros da OMM possui tecnologia de "última geração". Destacou África, que apresenta "falhas severas" e consequente imprecisão na previsão de fenómenos naturais.

Para além das alterações climáticas, os satélites do ESO irão registar outros fenómenos, como o derretimento do gelo nos polos.

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O programa tem início previsto para 2027.

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