União Europeia formaliza parceria com Bill Gates para investir em tecnologias "verdes" de alto risco

Anúncio da parceria ocorreu em junho, mas só foi formalizado esta tarde. 

02 de novembro de 2021 às 17:53
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, COP26, Glasgow, Escócia, clima, ONU Foto: Jeff J Mitchell/Pool via REUTERS
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A Presidente da Comissão Europeia defendeu esta terça-feira, ao assinar uma parceria com o empresário norte-americano Bill Gates, a necessidade de investir "em inovações de alto risco" para acelerar o desenvolvimento de "tecnologias climáticas críticas". 

"O desafio do clima exige que invistamos em inovações de alto risco e eliminemos o 'prémio verde' envolvido na comercialização de novas tecnologias", disse Ursula von der Leyen esta terça-feira em Glasgow, à margem da 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26). 

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Conhecido por ter sido o fundador da Microsoft, Bill Gates tem agora um novo projeto, Breakthrough Energy, que junta veículos de investimento, programas filantrópicos e defesa de políticas para procurar expandir tecnologias que permitam alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

O anúncio da parceria, que também envolve o Banco Europeu de Investimento, foi feito em junho, mas só foi formalizado esta tarde. 

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Entre 2022 e 2026 pretende mobilizar até 820 milhões de euros para acelerar a implantação e comercializar rapidamente tecnologias inovadoras que ajudem a estratégia europeia de atingir as suas metas climáticas, nomeadamente de reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030. 

Os investimentos serão direcionados para projetos europeus em quatro setores, nomeadamente o hidrogénio "verde", combustíveis sustentáveis de aviação, captura direta de dióxido de carbono e armazenamento de energia de longa duração.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, este investimento é importante porque vai ajudar no desenvolvimento em escala de projetos europeus e "retirar o risco de implantação de novas tecnologias". 

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O envolvimento da Breakthrough Energy de Bill Gates, disse o filantropo norte-americano, traz o acesso a muitos "parceiros" que estão interessados em comprar e implantar estas tecnologias.

A UE estima que, para atingir a meta de 2030 de redução de emissões líquidas de gases com efeito de estufa em pelo menos 55%, vão ser necessários 350 mil milhões de euros de investimento anual adicional.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

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A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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