A edição de hoje
Artigo exclusivo
Em Portugal, já morreram 2159 idosos residentes em lares, mas também há quem resista à doença apesar da idade.
Amália faz 105 anos no dia 28 de março (sobreviveu à gripe espanhola, entre 1918 e 1920) e é uma dos 14 utentes recuperados neste lar. “A dona Amália é para nós um grande orgulho, que dá força para continuar a lutar”, diz o provedor Fernando Graça, que defende que a vacinação deveria avançar já para os idosos que testaram negativo.Na semana passada, uma outra idosa de 106 anos, que tinha contraído a doença no Lar da Fundação Lopes da Fonseca, concelho de Nelas (Viseu), também recuperou da doença.Nos últimos dias, têm surgido novos surtos em lares. Esta terça-feira, houve registos na Santa Casa da Misericórdia de Mêda (Guarda), com 97 utentes e 32 funcionários infetados, e no lar da Cartaxaria, em Arruda dos Vinhos, com 16 casos positivos. Por isso, Rui Nogueira, ex-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, alerta que é preciso “criar urgentemente um plano de intervenção” para proteger os lares nos próximos dias. “A vacina irá proteger dentro de meses, mas vai ser preciso atuar nos lares já nos próximos dias”, alerta, tendo em conta o agravamento da situação epidemiológica. Também Manuel Lemos, presidente da União de Misericórdias Portuguesas, avisa que os próximos dias serão “muito difíceis”. Ainda assim, a vacina é “uma janela de esperança”, considera. Já o presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade, padre Lino Maia, encara o início da vacinação como “uma luz ao fundo do túnel”, mas adverte que “ainda não é possível baixar a guarda”.
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