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Peritos sugerem encerramento de seis maternidades que realizaram menos de 1500 partos em 2021

Nesta decisão estão incluídas as urgências de Póvoa de Varzim, Famalicão, Barreiro e Guarda.

14 de outubro de 2022 às 15:56
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Peritos sugerem encerramento de seis maternidades que realizaram menos de 1500 partos em 2021

A Comissão de especialistas nomeada pelo Governo propôs o encerramento de seis urgências de ginecologia e obstetrícia do país. Os critérios tidos em consideração para a tomada de decisão recaem essencialmente na distância entre hospitais e o número de partos realizados.

Assim, das seis urgências sujeitas a encerramento, duas delas estão localizadas no Norte, nomeadamente o hospital da Póvoa de Varzim e Famalicão, duas na zona Centro, na Guarda e em Castelo Branco e, por último, mais dois blocos de parto, no Barreiro e em Vila Franca de Xira, ambos localizados na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Segundo a informação avançada pelo jornal Público, dos seis hospitais cujas urgências de obstetrícia e ginecologia que estão em risco de encerramento, o hospital de Vila Franca de Xira foi o que realizou o maior número de partos - 1564 - em 2021, de acordo com os dados dispostos no Portal de Transparência do Serviço Nacional de Saúde. O centro hospitalar da Póvoa de Varzim fez 1470 (em 2020, este hospital realizou apenas 1324 partos) e a maternidade do Barreiro realizou 1403. O hospital de Famalicão fez 979 partos e o da Guarda realizou 417. A maternidade de Castelo Branco apresentou o número de partos mais baixo, apenas 317. Os cinco hospitais apresentaram um número de partos inferior a 1500. Esta realidade justifica o primeiro critério tido em conta pela Comissão.

A outra questão reside na distância, que foi o segundo critério considerado pelo grupo de peritos. No caso concreto do centro hospitalar da Póvoa de Varzim, a Comissão de acompanhamento quer que a unidade hospitalar encerre devido à existência de outros hospitais na zona.

No concelho de Vila Nova de Famalicão, são várias as freguesias que vão ficar a uma grande distância dos hospitais de referência, caso a unidade hospitalar desta localidade encerre. Em conversa com várias mulheres grávidas que se dirigiam para o hospital em causa, estas relataram ao CM que não acreditam no encerramento do serviço, uma vez que este apresenta uma enorme qualidade.

No Barreiro, são vários os populares que demonstram o seu desagrado e revelam estar perplexos com a proposta da Comissão. O PSD já se manifestou e afirma estar espantado com o eventual encerramento do hospital da margem Sul, uma vez que esta urgência serve mais de 200 mil habitantes.

Caso as urgências da região Centro - Guarda e Castelo Branco - encerrem, a unidade de referência passa a ser a Covilhã. Também nestas localidades a população demonstra a sua insatisfação com a medida, bem como os autarcas e responsáveis hospitalares. Para eles [responsáveis hospitalares], o real problema reside na escassez de profissionais e, apesar de já terem sido abertas vagas, estas não foram preenchidas, uma vez que os médicos não querem dirigir-se para o interior do país e, como tal, o serviço apresenta falta de pessoal. Na Guarda, o bloco de partos estará encerrado até sábado, devido à escassez de médicos.

Apesar da decisão estar a gerar polémica, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garante que até ao final de 2022 nenhum dos serviços vai ser encerrado e que esta proposta será alvo de uma análise e estudo criterioso que envolverá a Comissão Executiva do Serviço Nacional de Saúde, liderada por Fernando Araújo.

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