Greves por distrito vão continuar até 12 de maio.
A greve dos professores por distrito acontece esta segunda-feira em Santarém, com um primeiro protesto a juntar várias dezenas de professores à porta da Escola Secundária Ginestal Machado, num "aquecimento" para a concentração da tarde, na antiga Escola Prática de Cavalaria.
Na véspera da celebração da Revolução dos Cravos, professores de todo o distrito de Santarém vão juntar-se no local de onde, na madrugada de 25 de abril de 1974, saiu a coluna militar liderada pelo "capitão de Abril" Salgueiro Maia, para reafirmarem palavras de ordem como "Não paramos" e "Respeito".
Entre as faixas exibidas ao final da manhã à entrada da Escola Secundária Ginestal Machado, dezenas de professores reafirmaram que "Educação não é despesa! Educação é investimento", num apelo a "Valorizar quem está. Atrair quem vem".
A segurar a ponta da faixa do Agrupamento de Escolas Ginestal Machado, o antigo diretor, Manuel Lourenço, falou à Lusa da "falta de esperança em quem Governa" e no "futuro da educação", ao final de mais de 30 anos de profissão.
Como exemplo deu o seu grupo profissional, Matemática, em que 10 dos 14 professores nesta escola sairão para a reforma daqui a seis anos, sem que se vislumbre como vai ser garantida a continuidade.
"A minha filha até queria seguir o exemplo dos pais e ser professora de Matemática, mas viu a nossa vida e optou por trabalhar numa empresa, onde, ao fim de um ano, ganha tanto como nós e desliga o computador às 18h00 e ao fim de semana", disse.
"Há um desgaste muito grande", acrescentou Margarida Gabriel, contando dos "anos sem família" e das famílias "que se destroem", com o exemplo de uma colega, cuja filha já casou, e continua a "centenas de quilómetros de casa", sem ter tido oportunidade de acompanhar o crescimento dos filhos.
José Feliciano Costa, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), que acompanha o protesto em Santarém juntamente com Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, disse à Lusa que a adesão à greve distrital, iniciada no passado dia 17 no Porto, tem sido da ordem dos 80 a 85% nos vários locais por onde já passou (Porto, Viseu, Vila Real, Viana, Setúbal).
"A luta não pode parar, porque a proposta em cima da mesa é de recuperação zero do tempo de serviço. O Ministério da Educação teve a ousadia, ou a lata, de apresentar uma proposta de 'correção de assimetrias', do tempo do congelamento, em que, além de não recuperar nada do tempo de serviço nem desbloquear quotas e vagas (...), ainda produz mais assimetrias", disse.
Salientando que as greves por distrito vão continuar até 12 de maio, com a última concentração a acontecer em Lisboa, Feliciano Costa afirmou que, apesar do "cansaço natural" numa luta que se arrasta há vários meses, os professores "têm dado boa resposta".
Segundo o dirigente do SPGL, a reunião da passada quinta-feira com o ministro da Educação "terminou unilateralmente", com João Costa a dizer que ia fazer "pequenas alterações pontuais", numa proposta que, disse, os professores não conhecem em detalhe, mas, pelo que souberam, continua a deixar "milhares de professores de fora".
As greves distritais foram convocadas por uma plataforma de nove sindicatos que inclui a FNPROF, a FNE, a Associação Sindical de Professores Licenciados (APSL), Pró-Ordem dos Professores (Pró-Ordem), Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (Sepleu), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (Sinape), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (Spliu).
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.