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“Havemos de fazer uma brincadeira de sexo anal”: Vítima de abusos de padre relata conversa

Sacerdote foi detido pela PJ em 2022 e esteve suspenso temporariamente pela Igreja. Regressou em outubro do ano passado e nega acusações.

21 de janeiro de 2024 às 09:39
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“Havemos de fazer uma brincadeira de sexo anal”: Vítima de abusos de padre relata conversa

O padre António Júlio, suspeito de abusar sexualmente um homem de 44 anos, que sofre de défice cognitivo, e do qual era tutor, voltou a celebrar missa em Vila Nova de Foz Coa. O sacerdote foi ilibado pela Igreja, por falta de provas, mas o processo corre nos tribunais. A alegada vítima não perdoa o pároco.

“Ele voltou a celebrar e eu estou escondido”, desabafa a alegada vítima, que espera justiça. “Para além dos serviços para a Igreja, pedia-me relações sexuais, sexo oral ou tocar nos genitais”, conta. Os abusos, segundo relatou à RTP, ocorreram durante sete anos, ora na casa paroquial, em Numão, ora no salão paroquial ou até na sacristia.

A alegada vítima diz ainda que o sacerdote queria forçá-lo a várias práticas sexuais. Segundo relata, o padre ter-lhe-ia dito: “Havemos de fazer uma brincadeira de sexo anal, os dois, vais ver que vais gostar”. Conta, também, que perante a sua recusa, o padre ameaçou-o de amarrar a uma cama. Foi então que decidiu contar tudo a uma sobrinha, que apresentou queixa contra o padre.

Em outubro de 2022, o sacerdote foi detido pela PJ. À data, a PJ emitiu uma nota, onde dizia que o pároco estava “fortemente indiciado pela prática dos crimes de tráfico de pessoas e abuso sexual de pessoa incapaz de resistência”. Foi ouvido pelo juiz, ficou em liberdade e sujeito a apresentações quinzenais às autoridades. Mais tarde, foi afastado temporariamente pela Diocese de Lamego, alvo de processo canónico e, por falta de provas, voltou a exercer em outubro do ano passado.

“Estou de consciência tranquila e feliz por voltar a exercer a minha função na Igreja. Estive um ano afastado, mas o bispo de Lamego e o Vaticano disseram-me para voltar. Ainda assim sei que a Igreja vai ter em consideração a decisão do tribunal civil, mas eu nada temo porque nada fiz de mal”, disse no sábado ao CM o padre António Júlio, 63 anos, que tem a seu cargo oito paróquias no concelho de Vila Nova de Foz Coa.

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