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Ondas de calor vão matar mais pessoas

Projeções apontam para um aumento da mortalidade. Sul da Europa será mais afetado.

06 de agosto de 2017 às 01:30

O número de mortes relacionado com o calor extremo vai aumentar significativamente em Portugal. Entre 2071 e 2100 serão 4555 por ano, contra as 91 registadas no período de 1981-2010. As projeções foram publicadas pela revista ‘The Lancet Planetary Health’, que traça um cenário negro para toda a Europa.

Para o estudo, os investigadores analisaram os efeitos de ondas de calor e frio, incêndios florestais, secas, inundações e tempestades de vento nos 28 países da União Europeia, Suíça, Noruega e Islândia. Em Portugal, as ondas de calor são o fenómenos mais letal.

"A mortalidade não ocorre de forma igual ao longo do ano. Sempre que há temperaturas extremas, sejam de frio ou calor, há uma maior concentração da mortalidade", explica Graça Freitas, subdiretora-geral da Saúde, considerando porém que "são projeções, sem certeza que venham mesmo a ocorrer".

Além dos efeitos dos fenómenos extremos, o estudo feito pelos cientistas do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia considera as projeções sobre a evolução das alterações climáticas e como as populações podem aumentar ou migrar entre 2071 e 2100. "A não ser que o aquecimento global se reduza de maneira urgente e se tomem medidas adequadas, cerca de 350 milhões de europeus podem estar expostos a fenómenos climáticos extremos", afirma Giovanni Forzieri, principal autor do trabalho.

Com o aumento da temperatura global a manter-se como os cientistas preveem, os números da mortalidade na Europa serão ainda mais preocupantes. Se entre 1981-2010 os fenómenos extremos mataram cerca de 2700 pessoas, no período de 2071 a 2100 o número aumenta para 151 500. As ondas de calor, refere o estudo, serão responsáveis por 99 por cento das mortes.

Os países mais afetados são, como seria de esperar, os do sul da Europa.

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