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Advogado do juiz do acórdão polémico chamou "lambedoras de c..." a feministas

Ricardo Vieira lançou farpa no Facebook às 'Capazes'.

02 de novembro de 2017 às 20:02

Há uma nova polémica a envolver, ainda que indiretamente, o juiz Neto de Moura. É que, sabe-se agora, o seu advogado, Ricardo Serrano Vieira, dirigiu um insulto às mulheres da associação feminista "Capazes" - autoras do site com o mesmo nome - em que lhes chamou "lambedoras de c...".

O caso, revelado pela Sábado esta quinta-feira, aconteceu em abril. A mulher de Ricardo Serrano Vieira publicou uma mensagem na sua conta de Facebook a insurgir-se contra uma iniciativa da 'Capazes', que tinha conseguido que uma marca de preservativos retirasse um anúncio com uma imagem sugestiva acompanhada da frase "Esta é a posição que mais agrada aos homens e nada mais é do que a mulher ficar de quatro, dando total poder ao homem sobre ela". Filipa Pissarra escreveu então sobre o feito das 'Capazes': "Aquelas que se afirmam defensoras dos direitos das mulheres, estão apenas preocupadas com a campanha de uma marca de preservativos".

Num comentário à publicação da mulher, Ricardo Serrano Vieira apoiou-a nestes termos: "Lambedoras de c... dá nisto"

No mesmo dia Abril, o advogado, fez umpost na sua conta deFacebook em que voltou ao tema: "Alguém temcontrol? Afinal são só incapazes". Em declarações à SÁBADO, Ricardo Serrano Vieira declara que  "o comentário tem um enquadramento e não pode ser desvirtuado. A interpretação a dar-lhe é que quem defende os direitos das mulheres - com os quais eu concordo  - e quem se roga na defesa desses direitos, deve agir em conformidade"

Esta quarta-feira, em declarações ao CM, Ricardo Serrano Vieira falou sobre o acórdão  de Neto de Moura, o juiz do Tribunal da Relação do Porto que suspendeu a pena de um homem condenado a pena de prisão por bater na mulher com uma moca com pregos, considerando como atenuante o facto de esta ser adúltera. No acórdão, citou a bíblia e invocou os costumes de sociedades islâmicas em que as mulheres são lapidadas por práticas semelhantes. O advogado diz que o acórdão de Neto Moura é "irrepreensível do ponto de vista jurídico" e que o Juiz Desembargador "está sereno". 

O juiz está a ser alvo de um inquérito instaurado pelo Conselho Superior da Magistratura e é representado por Ricardo Serrano Vieira.

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