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Alunos infetados com Covid-19 não obrigam escolas a encerrar

Comunidade escolar quer ver esclarecidas regras sobre grupos de risco e atividades desportivas.

01 de setembro de 2020 às 01:30

"Não haver pânico nem tendência para encerrar a escola toda”. Este é, segundo a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, o propósito do “manual” que pretende ajudar estabelecimentos de ensino a agir perante um caso suspeito ou confirmado de Covid-19, sem terem de fechar. A Autoridade de Saúde Nacional, que anunciou o documento ontem, só o tornará público a 7 de setembro, a uma semana do arranque do novo ano letivo. O primeiro-ministro, António Costa, já avisou que “as escolas não podem encerrar todas, nem ter o ensino à distância”. Pais, professores e diretores escolares são unânimes: com o regresso às aulas ‘à porta’, ainda há várias arestas a limar nas regras para o novo ano.

“É preciso esclarecer ainda a situação de teletrabalho dos grupos de risco [professores e alunos] e a questão [que medidas adotar] nas aulas de Educação Física e do Desporto Escolar”, afirmou Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep) que, em conjunto com a Federação Nacional da Educação (FNE) e a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), promoveu ontem uma conferência de imprensa, no Porto, para apresentar um texto conjunto, com medidas que pais, docentes e diretores consideram essenciais para a retoma segura. O ano escolar inicia-se hoje, as aulas arrancam entre 14 e 17 de setembro.

“Estamos unidos e queremos dar provas de que as escolas estão ainda mais seguras”, garantiu João Dias da Silva, da FNE, que deixa um recado à tutela: “Nós cumprimos a nossa parte em relação as orientações da Direção-Geral da Saúde, mas é necessário que o Governo cumpra a sua parte, sobretudo na disponibilização de recursos humanos e materiais”, alertou o dirigente.

Os pais, que asseguram vigilância no cumprimento das regras de higiene, querem tudo clarificado. “Como é que posso dizer ao meu filho o que fazer se ainda não tenho diretrizes? E os apoios familiares para alunos em isolamento?”, questiona Jorge Ascenção , da Confap. 

700

Concurso de julho permitiu a contratação de 500 assistentes operacionais e 200 assistentes técnicos para as escolas. Um reforço de pessoal não docente, num total de 700 elementos, para ajudar na aplicação das novas regras de segurança.

Circuitos de circulação, uso obrigatório de máscara, lotações limitadas, cantinas com takeaway, mesas individuais nas salas de aula ou intervalos mais curtos são algumas das medidas que as escolas se preparam para implementar.

Apoio para material digital

A FNE, a Confap e a Andaep pedem maior apoio do Estado na garantia de material digital a alunos e professores sem condições de aceder a computadores e internet. Benefícios fiscais na compra de material são alternativa, sugere Filinto Lima.

Matérias em atraso

Em documento conjunto, as três organizações notam que apoiam qualquer medida com o objetivo de compensar os conteúdos não lecionados no ano letivo anterior. Além de recuperar aprendizagens, querem corrigir lacunas no acesso ao digital.

Ensino presencial e misto

O ensino presencial, nas escolas, é tido como imprescindível para as organizações de pais, professores e diretores escolares. Contudo, defendem que, caso necessário, seja adotado um regime misto, com ensino à distância, em simultâneo.

Marcelo quer normas à vista de todos

O Presidente da República defendeu que, no regresso às aulas, as normas “devem ser divulgadas a todos e não apenas a um grupo de eleitos”.

FENPROF pronuncia-se hoje sobre condições

A Fenprof pronuncia-se hoje, em conferência de imprensa, em Coimbra, sobre as condições de segurança sanitária para o início das aulas .

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