Reações na altura de ir às compras foram mudando desde que se conheceram os primeiros casos de coronavírus.
Os portugueses reduziram a afluência às lojas para adquirir alimentos e produtos de higiene, optando por comprar mais de cada vez, de acordo com um inquérito da Centromarca, a partir de dados compilados pela Kantar.
Segundo este estudo, as reações dos portugueses na altura de ir às compras foram mudando desde que se conheceram os primeiros casos de covid-19 no país.
"No dia seguinte à confirmação dos primeiros casos de covid-19, 03 de março, verificou-se a maior afluência às lojas em 2020 (até à data), com uma presença de compradores 51% acima da média diária verificada durante este ano", segundo os resultados deste trabalho, esta terça-feira divulgado.
Desde esse dia e até ao final dessa semana, "apesar de se ter verificado um aumento natural na compra de produtos alimentares", os portugueses quiseram sobretudo "adquirir produtos de higienização, tanto para o lar como para o cuidado pessoal", tendo-se registado "um número de produtos comprados 23 e 22%, respetivamente, acima da média semanal verificada até ao final do mês de fevereiro", de acordo com a informação hoje divulgada.
Globalmente, do dia 03 a 08 de março houve um aumento no número total de produtos comprados para uso doméstico na ordem dos 19%, contabiliza este inquérito.
Mas foi na segunda semana de março que se verificaram as mudanças mais consistentes nas compras: a partir de 11 de março, quando a covid-19 foi declarada pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De 11 a 14 de março, dia anterior à declaração das restrições no acesso aos estabelecimentos, verificou-se uma nova vaga de deslocações às lojas, sendo que "neste período, a afluência de compradores esteve 24% acima da média diária de 2020", de acordo com a informação divulgada.
"Neste espaço de tempo, a quantidade diária de produtos comprados esteve 45% acima da média anual, representando assim o grande momento de 'stockagem' das famílias portuguesas", segundo o estudo.
A partir de 15 de março, "quando o acesso às lojas foi restringido, ao mesmo tempo que a afluência às lojas ia diminuindo, o tamanho das cestas aumentava na mesma proporção", indicaram a Centromarca e a Kantar, sendo que, com a implementação do Estado de Emergência, a partir de 19 de março, "a afluência às lojas diminuiu drasticamente para os valores mais baixos de 2020 até à data, tendo mesmo chegado, no domingo dia 22, ao nível de compradores mais baixo do ano: 42% abaixo da média diária do ano".
As empresas autoras do estudo identificaram os produtos mais procurados nesta altura, destacando-se "as leguminosas, em especial, grão e feijão, as farinhas, o peixe e os legumes de conserva, massas, e num segundo plano, arroz, azeite, vinagre, sal, açúcar, bolachas e produtos congelados, desde salgados, verduras a carne e peixe".
Os produtos básicos de limpeza e higiene também ocupam uma posição importante nas prioridades dos portugueses, "sobretudo luvas domésticas/descartáveis, detergentes para roupa, lixívia e produtos de papel no geral, não só o papel higiénico, mas também lenços, rolos de cozinha e guardanapos", com sabonetes e fraldas a serem as grandes prioridades na área da higiene pessoal.
Os dados compilados pela Kantar para a Centromarca, indicam ainda que 81% dos inquiridos "alteraram os seus hábitos diários e o seu comportamento no que respeita ao consumo".
Algumas das principais alterações identificadas nas rotinas foram "o ato de lavar mais vezes as mãos (83%), a redução do consumo fora de casa (77%) e a menor utilização de transportes públicos (62%)", lê-se nas conclusões do estudo.
"Nas quatro semanas que se seguiram à confirmação dos primeiros casos de covid-19 em Portugal, foi notória a alteração na forma como os portugueses realizaram as suas compras. Neste curto espaço de tempo, passaram de compradores com rotinas de elevada 'consistência' para compradores com reações de 'contingência'", de acordo com Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca.
Os dados de compra deste estudo têm por base o painel de lares da Kantar, uma amostra de 4.000 lares participantes, representativos de Portugal Continental, sendo que os resultados têm um nível de confiança de 95%.
Foi ainda levado a cabo um conjunto de perguntas sobre as preocupações e mudanças de hábitos dos portugueses face à pandemia de covid-19, com 2.030 entrevistas aos lares da amostra total de 4.000, entre os dias 13 e 20 de março.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 791 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 38 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.