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Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa perde rasto a 100 mil euros

Auditoria às contas da associação coloca em causa gastos e denuncia falta de documentos.

26 de novembro de 2019 às 17:17

Uma auditoria feita às contas da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa coloca em causa gastos e denuncia falta de documentos.

Os atuais e antigos presidentes e tesoureiros da Direção da Associação Académica - entre 2014 e 2019 - terão de explicar onde foram aplicados os mais de 94 mil euros das despesas sem documentos e do levantamento de 15 mil em numerário, assim como as despesas de aluguer de automóveis, plataformas eletrónicas de transportes e de filmes e séries de televisão, além de despesas no estrangeiro que superam os 1000 euros.

A denuncia é feita no relatório de auditoria às contas correspondentes ao período de 1 de maio de 2014 a 30 de abril de 2019, realizado pela Grant Thornton. Os valores fazem parte do total de despesas sem documentos que a 31 de maio já ascendiam a mais de 94 mil euros. Uma tendência crescente desde 2014, altura em que o valor gasto em pagamentos sem fatura se fixava nos 11.230 euros. 

O Conselho Fiscal da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa (AAFDL) já reagiu e fala em "drástica evolução". Recorda a "importância da diminuição/inexistência de despesas não documentadas". 

Mas os valores com fins desconhecidos não terminam por aqui. A 26 de setembro de 2018 foi feito um levantamento em numerário de 15 mil euros. "A documentação de suporte a este lançamento contabilístico corresponde ao talão de levantamento de numerário, que não tem qualquer assinatura nem evidência de quem levantou o dinheiro", sublinha o relatório de auditoria. 

Através de um parecer, o Conselho Fiscal fez saber que "procurou averiguar a razão de ser deste levantamento". A direção da AAFDL justificou a quantia como "um adiantamento feito pela AAFDL relativo ao contrato feito" com uma empresa de cervejas. Mas dado o facto de o valor estar, até agora, sem documentação ou prova da reposição "o Conselho Fiscal considera este valor incompreensível, devendo o mesmo ser explicado pelos responsáveis". Recomendação que pode ser realizada já na tarde desta terça-feira na Reunião Geral de Alunos (RGA), que decorre num anfiteatro da Faculdade de Direito, em Lisboa. 

Um dos pontos da ordem de trabalhos é a apresentação de resultados e discussão da auditoria que coloca em causa a gestão da AAFDL. O Correio da Manhã sabe que, pela primeira vez, a RGA está fechada ao público em geral. Apenas os atuais estudantes da faculdade, os ex-dirigentes associativos e associados honorários poderão estar presentes.

A Associação Académica da faculdade de Direito de Lisboa é uma das mais antigas e importantes do País. Pela direção passaram nomes como Durão Barroso, Pedro Santana Lopes ou Jorge Sampaio.

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