Doença mata 12 pessoas por dia em Portugal.
A presidente da Pulmonale criticou, esta quarta-feira, a "falta de vontade política" para implementar um rastreio nacional do cancro do pulmão, uma luta antiga da associação para reduzir a mortalidade da doença, que mata 12 pessoas por dia em Portugal.
Na véspera do Dia Mundial do Cancro do Pulmão, Isabel Magalhães realçou a importância de avançar com um programa de rastreio desta doença, que continua a ser o tumor oncológico com maior mortalidade associada, decorrente de grande parte dos diagnósticos serem feitos "numa fase muito avançada".
"Quando o diagnóstico é feito numa fase inicial, podemos ter taxas de sobrevivência até oito vezes superiores àquelas que temos quando ocorre numa fase de tardia, que é o que acontece atualmente", salientou.
Isto deve-se, entre outros motivos, ao facto de ser uma doença que na fase inicial, muitas vezes, não apresenta sintomas, ou quando apresenta, são confundidos com outras patologias, disse, salientando que o cancro do pulmão atinge maioritariamente fumadores ou ex-fumadores, que representam cerca de 85% dos diagnósticos.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, só em 2023, esta doença causou 4.490 mortes em Portugal, o valor mais elevado em 20 anos, o que causa em média 12 mortes por dia.
Para alterar esta realidade, Isabel Magalhães defendeu ser "absolutamente imprescindível e fulcral" existir um programa nacional de rastreio como existe para outros cancros, como o da mama, que apesar da sua elevada incidência, apresenta uma taxa de mortalidade muito inferior, graças à possibilidade de diagnóstico precoce através do rastreio.
A Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão também destaca a importância de garantir o seguimento adequado de cada caso detetado no rastreio, possibilitando que o doente tenha acesso a toda a inovação existente, em tempo oportuno.
"A Pulmonale tem sido a entidade que tem vindo a agitar este assunto desde 2021", ano em que reuniu um conjunto de peritos que elaborou um projeto-piloto de rastreio nacional, que foi apresentado aos sucessivos governos, mas que ainda não saiu do papel.
Questionada sobre o que tem falhado, Isabel Magalhães apontou a "falta de vontade política".
Apesar de muitas vezes se dizer: 'sim, vamos avançar', como aconteceu em 2022, quando a União Europeia anunciou a introdução de novos rastreios nos planos nacionais de rastreio, "depois não acontece nada".
"A atual tutela referiu, muito recentemente, que vão avançar dois projetos-pilotos, [mas] tanto quanto sei, não houve nenhum detalhe sobre isto. O que esperamos realmente é que esses projetos avancem, sejam quais forem, porque é uma questão premente, urgente", disse, alertando que Portugal já está com "um atraso enorme" relativamente ao que acontece "por esse mundo fora".
"Espero que não se fique mais uma vez no plano das intenções e realmente se avance", porque o rastreio permite reduzir a taxa de mortalidade em mais de 20%.
Sobre o panorama nacional no tratamento do cancro do pulmão, Isabel Magalhães afirmou que existem "várias realidades" no país.
O tratamento exige uma abordagem multidisciplinar, com equipas preparadas e linhas orientadoras, para que os doentes tenham o mesmo tipo de acesso, "independentemente do código postal da sua habitação", o que, disse: "Não tenho a certeza que isso aconteça em Portugal".
Exemplificou que muitos dos diagnósticos são feitos pelo médico de família. Contudo, o acesso à medicina geral e familiar não é uniforme no país, disse, exemplificando que "o acesso na região Norte é muito diferente daquele que existe, por exemplo, na Grande Lisboa".
Por fim, apontou como "muito positivo" os "bons profissionais" -- pneumologistas e oncologistas -- que existem no país, que estão alinhados com as práticas internacionais", bem como a inovação que tem vindo a ser aprovada em Portugal, "ainda que muitas vezes com atraso".
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