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Associação pede demissão do presidente do INEM e critica "modelo ultrapassado"

Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica critica insistência num modelo maioritariamente sustentado "por equipas de resposta com baixa diferenciação técnica".

17 de julho de 2025 às 07:59

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) pediu esta quinta-feira a demissão do presidente do INEM, acusando-o de insistir num "modelo ultrapassado" de emergência pré-hospitalar.

Numa nota a que a Lusa teve acesso, a ANTEM critica a insistência do INEM num modelo maioritariamente sustentado "por equipas de resposta com baixa diferenciação técnica", que intervêm em mais de 90% dos pedidos de ajuda, e que "deveriam ter mais formação e treino".

"Tal modelo, repetidamente contestado por especialistas e provedores do setor, continua a ser promovido, resultando num socorro de má qualidade, em detrimento da prestação de cuidados médicos de emergência adequados", considera a associação.

A associação aponta ainda o que descreve como "trapalhadas" com o concurso público internacional para o serviço de helitransporte de emergência médica e considera "profundamente preocupantes" os acontecimentos recentes relativos ao funcionamento do INEM, com tempos de resposta "largamente ultrapassados", "comprometendo gravemente a segurança e a vida dos cidadãos".

A ANTEM diz igualmente que os casos que vieram a público sobre os atrasos no socorro -- que envolveram mortes de utentes e alguns ainda em investigação pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde -- "não são episódios isolados", mas antes "reflexo de disfunções estruturais persistentes", num serviço que "deveria ser exemplo em eficiência, rigor técnico e respeito institucional".

Na quarta-feira, o presidente do INEM anunciou que o instituto pretende descentralizar o serviço do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para aumentar o recrutamento de profissionais, admitindo alguns postos de atendimento em teletrabalho, uma situação que a ANTEM contesta.

"É fundamental que o presidente do INEM tenha plena consciência de que as centrais de atendimento, aconselhamento e despacho médico de emergência são estruturas altamente especializadas, que exigem presença física de médicos devidamente preparados para decisões em tempo real",afirma.

Perante esta situação, a ANTEM defende que o atual presidente do INEM, Sérgio Janeiro, "não reúne, neste momento, as condições para continuar a exercer funções", considerando que a confiança na resposta de emergência "está profundamente abalada" e que a sua permanência no cargo "prejudica a credibilidade" do instituto e "compromete a segurança dos cidadãos que dele dependem".

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