O "consumo de risco elevado ou nocivo" diminuiu nos homens.
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O diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) destacou esta quarta-feira o consumo de canábis e de álcool entre as mulheres e idosos como os pontos mais negativos em matéria de toxicodependência em Portugal.
A propósito do "Relatório Anual sobre A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências 2016", que foi apresentado esta quarta-feira na Assembleia da República, João Goulão elegeu como "dados mais relevantes e mais negativos" este aumento dos consumos nas mulheres e nos mais velhos.
Segundo o relatório, entre 2012 e 2016/17, o "consumo de risco elevado/nocivo" diminuiu nos homens, mas aumentou nas mulheres, sendo que a dependência aumentou em ambos os sexos, embora com maior relevo nos homens.
"O agravamento das prevalências de dependência foi transversal a todos os grupos etários decenais (exceto no dos 25-34 anos), e com particular relevância nos mais velhos (55-64 anos e 65-74 anos)", sublinha o documento.
Em declarações à agência Lusa, o diretor-geral do SICAD afirmou que, "apesar de haver algumas inflexões e alguns dados que "preocupam, o panorama relativo aos comportamentos aditivos em Portugal tem, de uma forma geral, vindo a melhorar".
Como dados positivo, João Goulão apontou o "retardar da experimentação e a perceção de risco que os mais jovens vão tendo relativamente às substâncias ilícitas".
"Mesmo em relação ao álcool há alguma repressão de comportamentos de risco entre os mais jovens, mas como contraponto temos um aumento do consumo de canábis na população em geral, um aumento do consumo de álcool entre as raparigas e mulheres e nos grupos etários mais velhos", frisou.
João Goulão adiantou que a intervenção preventiva tem sido muito focada nos mais jovens, mas os resultados hoje apresentados apontam que é necessário "afinar a pontaria para o próximo ciclo estratégico" e investir também junto da população mais velha, através de intervenções no local de trabalho ou nos cuidados de saúde primários.
Questionado pela Lusa sobre as causas que poderão ter levado a este aumento dos consumos nas mulheres, João Goulão disse que não tem uma resposta com sustentação científica.
"Podemos especular e apontar algumas causas como a participação cada vez maior das mulheres na vida social, na vida laboral e a sua maior independência. Tudo isso as aproxima de comportamentos que antes estavam mais reservados aos homens", comentou.
"Chegámos a ter proporções em relação às substâncias ilícitas na ordem dos 90 homens para 10 mulheres ou 80/20 e agora estão quase equiparados", sublinhou.
Relativamente aos mais velhos, apontou como uma das razões que poderá estar na base do aumento do uso problemático do álcool o período de crise económica e social que Portugal viveu.
"Muitos cidadãos e famílias viram-se confrontados com dificuldades crescentes e a velha máxima de beber para esquecer pode estar presente nesse aumento do consumo caracterizado pela embriaguez", disse João Goulão, adiantando que se verificou a característica de um consumo "muito intensivo em determinadas ocasiões, contrariamente ao padrão habitual, que era um uso talvez excessivo, mas distribuído ao longo dos dias e das semanas sem haver estes picos que levam à embriaguez".
Para o responsável, valeria a pena investigar no meio académico as causas que levaram à mudança de comportamentos.
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