Cortejo foi cancelado o ano passado devido à pandemia de Covid-19.
O desfile que celebra o 25 de Abril de 1974 regressa este domingo à Avenida da Liberdade, em Lisboa, mas pela primeira vez não será o único, depois de uma polémica que levou a Iniciativa Liberal a organizar uma iniciativa autónoma.
A discórdia instaurou-se depois de a comissão promotora do desfile que assinala a Revolução dos Cravos ter negado a participação da Iniciativa Liberal e do Volt Portugal no evento, decisão defendida pelo contexto pandémico, mas que gerou polémica, levando posteriormente à abertura da celebração a todos os interessados, desde que cumpridas as regras sanitárias.
A comissão esclareceu que a opção de realizar este ano, "não uma manifestação popular", mas "um desfile comemorativo, com grande limitação do número de participantes", teve como objetivo garantir o cumprimento das medidas e recomendações de saúde pública e "nunca, qualquer sentimento de sectarismo ideológico".
No entanto, a Iniciativa Liberal, que já tinha anunciado a sua intenção de realizar um desfile próprio antes da abertura por parte dos organizadores, manteve a sua decisão, considerando que a mudança de posição da comissão foi "tardia" e só surgiu porque a decisão "sectária" inicial foi fortemente criticada.
Assim, após a interrupção no ano passado, por causa da epidemia da Covid-19, a Avenida da Liberdade volta este domingo, a partir das 15h00, a receber cravos vermelhos, símbolo da revolução de 25 de Abril de 1974.
A comissão promotora do desfile tradicional, composta por mais de 40 entidades, entre elas os partidos de esquerda e as centrais sindicais, teve que diminuir o número de pessoas e impor algumas regras aos participantes que não fazem parte da organização, acordadas com a Direção-Geral da Saúde (DGS), numa altura em que o país ainda se encontra em estado de emergência até ao final do mês.
Entre as regras a cumprir, está o limite de doze pessoas por cada organização, formando "duas filas de seis, separadas de dois metros", o registo autorizado de todos os participantes (para facilitar o trabalho das autoridades de saúde na eventualidade de surgir algum surto) e as já habituais máscaras e desinfetantes.
Todas as entidades com intenção de participar no desfile tiveram ainda de subscrever o apelo à participação difundido pela organização, no qual a comissão ressalva que "não se faz apelo à alargada participação popular", devido à pandemia, convidando os cidadãos a cantar a "Grândola Vila Morena" à janela, seguida do Hino Nacional, como no ano passado, desta vez pelas 18h00 (hora da rendição de Marcelo Caetano em 1974).
O texto, assinado por todas as organizações que constituem a comissão, defende que para "cumprir Abril" é preciso impedir que sejam os trabalhadores as principais vítimas da pandemia, esperando que não haja um recuo "na reposição e aumento de rendimentos e salários, na estabilidade laboral, no reforço dos serviços públicos", terminando com uma crítica ao ressurgimento da extrema-direita em Portugal.
O desfile termina este ano na Praça dos Restauradores e depois, as duas viaturas Chaimite que nele participam, iniciam um percurso por Lisboa, passando por alguns dos principais lugares simbólicos dos acontecimentos ocorridos no dia 25 de Abril de 1974, entre eles, a Praça do Comércio, o Largo do Carmo ou a Rua António Maria Cardoso (onde estava sediada a PIDE).
Quanto ao evento organizado à margem pela Iniciativa Liberal, tem ponto de encontro marcado para as 14h00 na Praça do Duque de Saldanha e terá também início pelas 15h00, em direção na Rotunda do Marquês de Pombal, para depois descer e subir a Avenida da Liberdade.
Antes destas celebrações, pelas 10h00, a Assembleia da República vai repetir este ano, na sessão solene comemorativa do 47º aniversário do 25 de Abril de 1974, o modelo restritivo de presenças que foi adotado no passado por causa da epidemia de Covid-19, sendo esperadas pouco mais de cem pessoas na Sala de Sessões, entre deputados, convidados e comunicação social.
Em 25 de abril de 1974, um movimento de capitães derrubou a ditadura de 48 anos, de Marcelo Caetano, chefe do Governo, e Américo Tomás, Presidente da República, um golpe que se transformou numa revolução, a "revolução dos cravos".
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