Em causa estão as críticas à atuação da governante no caso da grávida e do bebé que morreram no Hospital Amadora-Sintra.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, recusou esta quarta-feira juntar-se "à claque" que pede a demissão da ministra da Saúde e à que quer a sua continuidade, considerando que o essencial é a mudança das políticas.
"Normalmente, não faço parte do coro ou da claque daqueles que pedem a demissão da ministra ou daqueles que pedem a [sua] manutenção", afirmou à agência Lusa o responsável, no final de uma reunião realizada no Hospital do Espírito Santo de Évora.
Carlos Cortes foi questionado sobre se a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, tem condições para continuar no cargo, após críticas à atuação da governante no caso da grávida e do bebé que morreram no Hospital Amadora-Sintra.
Assinalando que "a OM não faz a gestão política dos ministros da Saúde", o bastonário dos médicos indicou que a Ordem já pediu esclarecimentos à Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra sobre o caso e só se pronunciará quando tiver dados concretos.
"Não obstante, posso afirmar que houve um conjunto de falhas de comunicação, nomeadamente do Ministério da Saúde, que levou a algo que era dispensável", frisou, aludindo ao pedido de demissão do presidente da ULS Amadora-Sintra.
A ministra da Saúde anunciou, na segunda-feira, que o presidente do Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra pôs o seu lugar à disposição, depois de lhe ter dado informações incompletas sobre a grávida que acabou por morrer.
Nas declarações à Lusa, Carlos Cortes desvalorizou a eventual saída ou continuidade da ministra, por entender que "o mais importante são as políticas de saúde e um conjunto de reformas que são absolutamente essenciais e obrigatórias para o SNS".
"Tivemos, nos últimos 10 anos ou pouco mais, seis ministros da Saúde, mas o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem continuado a sua degradação e a mudança de protagonista do Ministério da Saúde não tem ajudado a melhorar", argumentou.
O bastonário considerou que há medidas urgentes a tomar no setor e não se deve perder mais tempo, dando como exemplo reformas nas "áreas da urgência, das maternidades, das cirurgias e até na questão do orçamento".
"Peço ao Governo e ao Ministério da Saúde, independentemente de quem o liderar, que faça alguma coisa, tome decisões, faça reformas e tem de se começar por tomar decisões pontuais numa ou outra área, nomeadamente na área da urgência", sublinhou.
Carlos Cortes salientou que o caso da grávida e do bebé que morreram revelou a existência de um problema informático dentro do SNS, apontando a necessidade de ser criado o processo eletrónico único de saúde.
Neste caso em concreto, frisou, "o sistema do hospital é diferente dos sistemas do centro de saúde", ou seja, houve "uma falha na interoperabilidade destes sistemas".
Já a existência do processo eletrónico único de saúde "ia ter um impacto positivo, até no orçamento, porque ia evitar as redundâncias", acrescentou.
A ULS Amadora-Sintra explicou, em comunicado, que a grávida de 38 semanas, natural da Guiné-Bissau, deu entrada no serviço de urgência, cerca das 01:50 de sexta-feira, transportada por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em paragem cardiorrespiratória.
A bebé nasceu de uma cesariana de emergência na Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra e morreu no sábado de manhã.
O hospital abriu um inquérito interno às circunstâncias da morte da grávida que esteve no hospital na quarta-feira para uma consulta, em que foi detetada uma situação de hipertensão, anunciou a instituição.
Também a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) instaurou um processo de inquérito para avaliar a assistência ULS Amadora-Sintra.
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) anunciou também a abertura de um processo de avaliação com o mesmo objetivo, pelo que os dois organismos vão colaborar "de modo a obter todos os esclarecimentos necessários de forma complementar".
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