Segundo Virgílio Antunes, Bento XVI "trabalhou em favor da identidade única da espiritualidade cristã".
O bispo de Coimbra, Virgílio Antunes, recordou o papa emérito Bento XVI, que este sábado morreu no Vaticano, aos 95 anos, como um "cristão de fé profunda e forte".
"No seu percurso, na sua ação pastoral e nos seus escritos, sobressai em primeiro lugar o testemunho da sua fé inabalável em Deus, Santíssima Trindade, que cantou, celebrou, adorou e foi o centro da sua vida", escreveu o bispo numa mensagem divulgada na tarde deste sábado tarde, na qual sublinha, também, a faceta de Bento XVI enquanto "cristão da espiritualidade nascida da fé e incarnada na relação com Deus e com os irmãos".
Segundo Virgílio Antunes, Bento XVI "trabalhou em favor da identidade única da espiritualidade cristã, no meio das múltiplas propostas que facilmente seduzem os cristãos" e foi, também, um "cristão sempre à procura da clareza da doutrina da fé".
"A sua atividade enquanto teólogo, aliada à sua ação de pastor do Povo de Deus, manifestaram continuamente a importância do conhecimento mais aprofundado da doutrina cristã e o valor insubstituível à fidelidade integral à Sagrada Escritura e à Tradição viva da Igreja. Em tempos de afirmação de fortes relativismos e de grandes vazios, deu à Igreja escritos claros e baseados em argumentação profunda, que continuarão a iluminar os caminhos da Igreja na fidelidade à sua identidade querida por Cristo, o seu fundador", acrescentou o prelado.
Virgílio do Nascimento Antunes, que desempenhava o cargo de reitor do Santuário de Fátima quando o papa Bento XVI visitou aquele templo mariano em maio de 2010, realçou, na sua mensagem, que Ratzinger foi, também, "o cristão que se aniquila em favor da comunhão por meio da caridade na verdade".
"Acreditou em Deus, que é amor e quer reunir toda a humanidade num só povo, por meio do amor. Não se poupou a esforços pelos caminhos da razão e da fé para ajudar a Igreja e a humanidade a compreender que só Deus, que é amor, salva", acrescentou o bispo de Coimbra.
Na sua mensagem, Virgílio Antunes informa que vai celebrar uma missa na Sé Nova de Coimbra, na próxima terça-feira, dia três de janeiro, às 19h00, em memória de Bento XVI.
Outros prelados deixaram já, também, o seu testemunho sobre Bento XVI, como Jorge Ortiga, arcebispo emérito de Braga e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) durante a visita do papa emérito a Portugal em maio de 2010.
Para Ortiga, citado pela agência Ecclesia, aquela visita a Portugal foi uma ocasião para "desfazer" a imagem que tinha "do intelectual, do distante, do afastado" para descobrir "o irmão, o próximo, o que perguntava e o que estava disponível para nos acolher a todos".
Por seu turno, o bispo de Viseu, António Luciano, também à agência Ecclesia, evocou o "testemunho de vida" de Bento XVI e recordou, "com muita gratidão, estima, apreço, espírito de fé e testemunho de vida alguns episódios" que testemunhou enquanto estudante em Roma, onde teve "o privilégio de conhecer e escutar o cardeal Joseph Ratzinger em vários encontros", guardando a imagem de "uma pessoa muito afável no trato pessoal e muito interessada".
O papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, a 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.
Joseph Ratzinger, que foi papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa sobre alegadas fraudes, foram temas que agitaram o seu pontificado.
Bento XVI classificou os abusos sexuais como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.
O funeral de Bento XVI realiza-se na quinta-feira, na Praça de São Pedro, no Vaticano, às 9:30 locais (08:30 em Lisboa), numa celebração presidida pelo Papa Francisco.
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