Acidente sofrido pelo ator e humorista na infância deixou marcas para sempre.
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A conversa de Pedro Alves com Daniel Oliveira, no programa 'Alta Definição', da SIC, ficou marcada pelas memórias do ator sobre uma das fases mais duras da sua vida - o momento em que o filho mais velho, João, na altura com apenas 9 anos, foi diagnosticado com uma das formas mais mortais de leucemia — mas não só. Durante a conversa, o intérprete de Zeca Estacionâncio, recordou um acidente sofrido na infância que lhe levou parte do dedo.
"Naquela altura, os quadros não tinham disjuntores e as pessoas punham-lhes uns fios de cobre para a eletricidade não cair. Um dia fomos brincar para uma casa que estava mais ou menos abandonada mas tinha eletricidade e a dada altura, quando íamos a subir, pus a mão e estava um fio solto... foi uma daquelas sensações que ainda hoje tenho na cabeça", começou por relatar.
"Sentes tudo a encolher em ti. Mesmo a encolher! É uma coisa brutal! Depois comecei aos berros. Ainda fiquei lá bastante tempo enquanto o meu amigo ia chamar alguém. A seguir a isso... era o cheiro a queimado. Eu mexi... e caiu a ponta do dedo. A minha preocupação foi pensar: 'Ui, vou ter problemas'. Então fui ao barraco das ferramentas do meu padrinho e pus fita isoladora", continuou.
Por sorte a mãe do ator era enfermeira e estava se serviço nesse dia. "Queriam operar-me e retirar uma parte da mão. Mas a minha mãe tratou de mim. Hoje em dia brinco com isto. Sempre transformei as desvantagens em vantagens e, como já na altura era meio palhaço, brincava com o dedo... fazia olhinhos, punha-lhe chapéus... só depois é que as pessoas reparavam que eu não tinha o dedo".
Nada que o tivesse impedido de ter uma infância feliz, vivida em estreito contacto com a natureza. "Ia para o pomar, subia às árvores e comia dióspiros. Um dia tive um daqueles desarranjos intestinais hoje em dia não suporto dióspiros mas naquela altura, adorava!"
O ator falou ainda da doença do pai, de quem cuidou durante tempos difíceis que tiveram o condão de acender dentro de si a fé. "O meu pai foi muito mau doente, daqueles que se fecha e fica a pensar nas coisas. E nunca pensei eu que fosse eu o desbloqueador da situação (...) aquilo foi uma coisa muito estranha, auto-imune, algo raríssimo. Depois começou a melhorar e ficou bom. Foi aí que percebi. "alto há qualquer coisa a funcionar aqui em cima, à volta de nós... embora aproveitar isso. É o que tenho feito com ele".
Com a mãe chocava-se mais e chegou mesmo a estar seis meses sem falar com a progenitora. "A minha mãe estudou enfermagem. Era de Marco de Canaveses de uma família de agricultores e ela própria estudar foi uma coisa um bocado fora. Então sonhou muitas coisas para o filho: que fosse engenheiro, com o conservatório de piano (mas o dedo safou-me) e eu sai completamente fora da caixa com tudo o que ela imaginava. Então chocávamos com tudo. Porque chegava tarde, por causa das namoradas. Por tudo e mais alguma coisa. Mas é a minha mãe, tenho um amor imenso por ela e hoje em dia rimo-nos destas coisas todas", recordou.
"Já a irmã foi o braço direito de todas as asneiras que fazia", disse o ator e humorista, que revelou ainda que chegou a ter três e quatro namoradas aos mesmo tempo. "Hoje em dia a minha irmã é uma das mulheres da minha vida."
"Eu não acho que é fixe ser conhecido (...) nós fazemos humor e as pessoas que nos abordam, abordam-nos como se fôssemos essas personagens. Mas não somos... nem sempre estamos com aquele humor, nem sempre tudo corre bem. É complicado lidar com isso (...) evito ir a sítios com muitas pessoas, sobretudo por causa daquelas que estão comigo... logo eu que sou uma pessoa que gosta de ir de chinelos ao supermercado. Nunca fui rude com ninguém mas acho que nem sempre fui tão caloroso como as pessoas estavam à espera", confessou.
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