Partidos reagiram na Assembleia da República após uma conferência de líderes extraordinária na qual o presidente do parlamento decidiu não admitir a iniciativa.
BE e PAN defenderam, esta quarta-feira, que a iniciativa do PSD que pretendia um referendo sobre a despenalização da eutanásia deveria ter sido admitida, mesmo sendo contra o seu conteúdo, mas PS, Chega, IL e Livre concordaram com a rejeição.
Os partidos reagiram na Assembleia da República após uma conferência de líderes extraordinária na qual o presidente do parlamento decidiu não admitir a iniciativa do PSD para propor um referendo sobre a despenalização da eutanásia, por "não existirem alterações de circunstâncias" em relação à iniciativa anterior já apresentada sobre a mesma matéria e que foi rejeitada.
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, defendeu que a iniciativa do PSD "deve ser admitida" uma vez que estão em causa "preceitos constitucionais como a liberdade de iniciativa e o direito de iniciativa de grupos parlamentares e de deputados".
"Seja o PSD, seja outro grupo parlamentar, seja o BE, ninguém pode ser inibido de apresentar iniciativas legislativas porque um terceiro assim o fez", sustentou.
O deputado bloquista criticou, no entanto, a pretensão do PSD de votar a sua iniciativa esta sexta-feira, em conjunto com o texto de substituição, considerando que essa vontade não tem "qualquer cobertura regimental a não ser o PSD achar que o Regimento [do parlamento] pode servir para seu belo favor".
Em relação ao conteúdo da iniciativa do PSD, Pedro Filipe Soares defendeu que direitos fundamentais não devem ser referendáveis.
A mesma posição foi defendida pela porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, que, apesar de estar contra o conteúdo do projeto dos sociais-democratas, considerou que a iniciativa deveria ter sido admitida, deixando críticas ao Chega e ao presidente do parlamento.
"Para o PAN não deixa de ser absurdo que um dos partidos que se diz ser a terceira força política em Portugal possa de alguma forma estar a limitar os direitos da própria oposição", criticou, argumentando que os acórdãos do Tribunal Constitucional usados pelo Chega para defender a sua posição contra a admissão da iniciativa estão "profundamente datados".
"E mais, uma coisa era se fosse a mesma força política a apresentar uma iniciativa, tratando-se de forças políticas diferentes, o PAN não pode acompanhar esta posição quer do senhor presidente do parlamento, quer do Chega, relativamente à admissão da proposta apresentada pelo PSD", sustentou.
O PCP não se pronunciou sobre se a iniciativa do PSD deveria ou não ser admitida a debate.
PS, Chega, Iniciativa Liberal e Livre concordaram com a decisão tomada por Augusto Santos Silva ainda que tenham manifestado posições diferentes quanto à realização de um referendo sobre a eutanásia.
Apesar de concordar com a rejeição da iniciativa, lembrando que em junho o Chega já apresentou um projeto no mesmo sentido que foi chumbado, o presidente do partido, André Ventura, afirmou que "tudo fará" para que o texto não vá a votação final global esta sexta-feira, sem concretizar como, dizendo apenas que o partido vai estudar o tema até ao final do dia de hoje.
Momentos depois, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, saudou a decisão do presidente do parlamento, subscrevendo a sua análise jurídico-constitucional, e acrescentou que não vê razões para que o texto de substituição que tem por base iniciativas dos socialistas, BE, IL e PAN não seja votado esta sexta-feira em plenário, questionado sobre as pretensões do Chega.
"Como antevíamos, o projeto de resolução apresentado à última da hora corria sérios riscos de ser inconstitucional porque primeiro, ainda há poucos meses votámos um projeto de resolução com o mesmo fim e segundo, o seu agendamento para sexta-feira seria particularmente difícil porque ia precisar de consenso de todos os grupos parlamentares. A decisão do senhor presidente do parlamento para nós é clara, responde a todos os critérios", sustentou Brilhante Dias, que vincou a posição contra do PS em relação a um referendo sobre a eutanásia.
O presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, acusou o PSD de uma "manobra dilatória" para impedir que o diploma entre em vigor, "depois de um processo legislativo ponderado, longo, pormenorizado, nesta legislatura sem contar" com legislaturas anteriores, sustentou.
O deputado único do Livre, Rui Tavares, defendeu que "gostaria de votar contra esta proposta por razões políticas substanciais e não de tê-la visto rejeitada por razões de secretaria" mas atribuiu a responsabilidade ao PSD.
"Mas sejamos claros, para isso seria importante que o PSD usasse a tramitação correta, nos tempos corretos, ou seja, nós não temos culpa que o PSD tenha usado mal a secretaria", afirmou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.