Para milhares de crianças, o ano lectivo 2009/2010 representa o primeiro contacto com um mundo totalmente novo. Além da novidade que é iniciar a aventura da aprendizagem, o trajecto casa-escola-casa pode esconder um sem-número de perigos a que os pais devem estar preparados para responder da forma mais correcta.
A principal preocupação de quem está responsável por levar as crianças à escola deve ser, segundo a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), o conhecimento profundo do percurso e das alternativas. Só assim, defende a Associação, será possível explicar aos mais novos como chegar à escola em máxima segurança.
“Se a criança for a pé para a escola pela primeira vez, os pais ou quem ficar encarregue de os levar, devem ter a preocupação de fazer o percurso antes do primeiro dia de aulas, para quando esse dia chegar já terem o caminho bem estudado”, explica Ana Nunes, da APSI, sublinhando o papel fundamental dos educadores em “ensinarem às crianças comportamentos defensivos enquanto peões”.
Nas situações em que a criança se desloca numa viatura particular, as preocupações são naturalmente outras. Neste caso, a prioridade passa por ter uma cadeirinha própria e adequada à criança. “O sistema de retenção tem de ter em conta o peso e o tamanho da criança. Vários estudos demonstram que a criança deve viajar voltada para trás até o mais tarde possível ou, no mínimo, até aos 18 meses”, alerta a responsável.
Quando a deslocação é feita em viaturas disponibilizadas pela escola, também há cuidados a ter em conta. A responsabilidade é de quem transporta, mas os pais não se devem desresponsabilizar. “Os pais devem certificar-se de que o motorista tem a formação necessária para viaturas de transporte escolar e se há um vigilante a acompanhar. Devem fornecer os contactos de quem estará à espera dos filhos no acto da entrega.”
O programa ‘Escola Segura’, da PSP, contribui para que o trajecto casa-escola-casa seja feito em segurança. A subintendente Virgínia Oliveira, chefe da Divisão de Prevenção e Policiamento de Proximidade, reforça a necessidade de os pais serem os primeiros a cumprir com as regras que muitas vezes exigem para os próprios filhos. “Têm de respeitar a sinalização e a velocidade, não estacionar nas passadeiras ou em segunda fila, respeitar as regras de transporte das crianças”, afirma, aconselhando os encarregados de educação a conhecer os amigos dos filhos e os respectivos contactos.
SEGURO ABRANGE TRAJECTO
Todas os estabelecimentos de ensino públicos são obrigados a ter um seguro que abranja os alunos dos vários graus de ensino, desde o Pré-escolar ao Secundário.
Além de cobrir os acidentes ocorridos durante a actividade escolar e na ocupação dos tempos livres dos alunos, a apólice também prevê situações como excursões, aulas práticas, estágios, visitas de estudo e outras actividades organizadas pela escola.
O trajecto casa-escola-casa também está incluído no seguro da escola. Em situações de atropelamento, o seguro é activado quando a responsabilidade é do aluno, desde que este seja menor e não esteja acompanhado por um adulto. De fora, por exemplo, ficam os acidentes nos quais o aluno conduza ou seja transportado por uma bicicleta. Muitas vezes este seguro não é divulgado pelos serviços das próprias escolas, existindo muitos pais que desconhecem a sua existência.
SEM DINHEIRO PARA OS LIVROS
Vítor Santos e Alzira Fadigas ainda não sabem como vão comprar os livros ao neto de 14 anos que têm a seu cargo. “Com que dinheiro?”, questiona Vítor Santos, residente em Coimbra, lembrando que está desempregado há um ano – era armador de ferro numa empresa que faliu – e o único rendimento da família são 419 euros de subsídio de desemprego, acrescido de 48 euros, atribuídos à mulher, doméstica.
Já no ano passado, Miguel Costa, que frequenta o 7º ano, “ficou sem livros, mas passou de ano”, conta a avó, orgulhosa. Contudo, reconhece que andava triste “porque era o único que tinha fotocópias”.
Este ano, Vítor Santos já fez as contas, mas o preço total – quase 140 euros – ultrapassa o seu orçamento. Acresce o facto de o neto ser hiperactivo e de necessitar de medicamentos, “que são caros”.
Miguel Costa é o terceiro neto criado pelo casal após a morte da filha. “Gostávamos de lhe dar mais, mas não temos”, refere Alzira. Este ano, temem que o neto perca o direito ao passe social, que lhe tem sido atribuído pela Câmara de Coimbra.
DICAS PARA PAIS E ALUNOS
VIAGEM A PÉ
DE FRENTE PARA OS CARROS E PASSADEIRAS
Procure trajectos com boa visibilidade e iluminação. Ensine a criança a andar de frente para os automóveis e a atravessar a estrada na passadeira. Ao fim do dia, utilize material reflector ou coletes.
DE CARRO
MOCHILAS SEMPRE NAS BAGAGEIRAS
As mochilas devem ir sempre na bagageira da viatura. A criança não deve viajar com a mochila às costas. Opte sempre por mochilas reforçadas com boa distribuição do peso nas costas.
AUTOCARRO
CINTOS DE SEGURANÇA E UM VIGILANTE
Verifique que o transporte fornecido pela escola tem cintos de segurança em todos os bancos. A viatura deve ser conduzida por um profissional especializado que tem de ser acompanhado por um vigilante.
NA ESCOLA
EQUIPAMENTOS BEM FIXOS NOS RECREIOS
Já na escola, os pais devem confirmar se os equipamentos de jogo (balizas, tabelas de basquete ou parques infantis) estão bem fixos e se as superfícies de impacto estão bem cuidadas.
PSP: ACÇÕES DE SENSABILIZAÇÃ0
Durante o ano lectivo 2007/2008 a PSP desenvolveu 3061 acções de sensibilização junto das escolas, nas quais participaram 334 247 alunose 136 428 pais/encarregados de educação
ESCOLA: 12 MIL INFRACÇÕES
O programa ‘Escola Segura’ da PSP detectou 12 069 contra-ordenações em áreas escolares. Estacionamento (4164) e uso de telemóvel durante a condução (1025) são mais frequentes.
APSI: 61 FERIDOS EM 7 ACIDENTES
O programa ‘Escola Segura’ da PSP detectou 12 069 contra-ordenações em áreas escolares. Estacionamento (4164) e uso de telemóvel durante a condução (1025) são mais frequentes.
MEMÓRIAS DA ESCOLA
"RECORDO O INÍCIO DA ESCOLA COMO UM DIA FELIZ", Armando Leandro, Presidente Comissão Protecção Crianças, 74 anos
Correio da Manhã – Como recorda o primeiro dia de aulas?
Armando Leandro – Recordo o início da escola como um dia feliz. Tinha seis anos e foi em Tabuaço. Não estranhei porque já conhecia os meus colegas e também o professor.
– Qual o momento mais marcante da sua vida escolar?
– Quando terminei a 4.ª classe. Foi como se tivesse terminado uma etapa da vida e então surgiu o desafio de ir para o liceu que, na altura, era em Coimbra. A deslocação para a cidade surgia como um desafio.
– Que professor o marcou mais?
– O professor Martins de Carvalho, professor de História do 3.º ao 7.º anos [hoje 7.º ao 11.º anos]. Tinha uma personalidade invulgar e um trato com alunos de grande proximidade, o que me deixou grande admiração.
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