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Casos raros de coágulos associados à vacina Covid da AstraZeneca com 23% de taxa de mortalidade, revela estudo

Risco de morte sobe para 73% nos casos estudados em que os pacientes tinham níveis baixos de plaquetas no sangue.

12 de agosto de 2021 às 10:02

Um novo estudo de investigadores do Reino Unido, e agora publicado na prestigiada publicação médica New England Journal of Medicine, analisou os casos raros de coágulos no sangue como efeitos secundários da toma da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca e concluiu que estes registam uma alta taxa de mortalidade, mesmo em pessoas mais novas e sem problemas de saúde anteriores. Ainda, a investigação sublinha que o número de casos caiu drasticamente após a aplicação do fármaco ser suspensa em maiores de 40 anos.

Segundo o estudo, nas pessoas com menos de 50 anos os coágulos acontecem em uma a cada 50 mil vacinações, e foram registados no Reino Unido 220 casos prováveis entre 22 de março e 6 de junho.

"É importante reforçar que esta reação à vacina de Oxford/AstraZeneca é muito rara. Algumas vezes afeta os mais novos e quem não tem outros problemas de saúde associados e regista uma alta taxa de mortalidade. É particularmente perigosa nos casos em que o paciente tem baixos níveis de plaquetas e hemorragia cerebral", aponta a Dr.ª Sue Pavord, hematologista e responsável pela investigação.

Segundo especialistas ouvidos pelo The Guardian, em metade dos casos de coágulos registados os pacientes não tinham historial de problemas médicos.

A investigação adianta que a trombocitopenia e trombose imune induzida por vacina (VITT) foi fatal em 23% dos casos (quase um em cada quatro), sendo que o risco de morte aumenta para 73% em pacientes com historial de problemas de coagulação no sangue, como baixo nível de plaquetas ou hemorragias cerebrais após a formação de coágulos. Sintomas registados entre 5 a 30 dias após a inoculação são também sinais de alerta, segundo os cientistas.

A responsável do estudo alerta, no entanto, que isto não significa que o risco de morrer de Covid-19 não seja maior. "Se houver alta prevalência da Covid, mais pessoas terão maior probabilidade de ir parar aos Cuidados Intensivos e, se têm mais de 60 anos, têm uma maior probabilidade de morrer. Nessa linha de pensamento, faria sentido dar a vacina contra a Covid-19 a toda a gente. Mas, quando há baixa prevalência da Covid é apropriado definir um limite de idade para a aplicação deste fármaco", termina.

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