Manifestação que percorreu várias artérias do centro da cidade, apesar de ter sido encurtada devido às condições climatéricas.
1 / 3
Centenas de pessoas desafiaram este domingo a chuva para gritar que "do Porto até Rafah, Palestina vencerá", numa manifestação que percorreu várias artérias do centro da cidade, apesar de ter sido encurtada devido às condições climatéricas.
"Isto é um genocídio, um crime humanitário, é algo inadmissível, que não pode continuar, com Israel a atuar impunemente, não só contra os palestinianos, como neste momento contra o Líbano, contra a Síria", disse à Lusa a dirigente comunista Ilda Figueiredo, presidente da direção nacional do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), uma das entidades organizadoras da manifestação.
Convocada também pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN) e pelo Projeto Ruído, a manifestação que partiu da Praça dos Poveiros acabou por ser encurtada e terminar na informalmente designada 'Praceta da Palestina', no cruzamento entre as ruas de Fernandes Tomás e Rua de Sá da Bandeira, junto ao Mercado do Bolhão.
Para a também vereadora da CDU na Câmara do Porto, "o reconhecimento dos dois Estados [Palestina e Israel], do seu direito a viver em liberdade, independente, sem a ocupação israelita, é fundamental para haver paz no Médio Oriente".
"Os últimos 75 anos provam-no bem", acrescentou, condenando o que chama a "total impunidade" com que Israel tem atuado desde a criação do Estado judaico em 1948.
Segundo a presidente do CPPC, a situação continua "porque Israel continua a ter todo o apoio dos Estados Unidos da América, e essa é a grande questão", acusando ainda potências da União Europeia de terem "uma posição seguidista" da norte-americana.
Ilda Figueiredo considerou hipócrita a posição do Governo português, que defende a existência de dois Estados mas ainda não reconheceu o da Palestina.
"É fundamental o reconhecimento do Estado da Palestina. Porque é que não o fazem? É algo que não se entende. Por isso, têm que o fazer quanto antes, é uma das exigências que mantemos perante o Governo português", vincou.
Um dos manifestantes, Carlos Milhazes, disse à Lusa que a posição portuguesa "tem sido uma posição completamente cínica de 'empurrar o problema com a barriga'".
No seu entender, Portugal deveria "repensar a sua posição" e "apoiar um boicote diplomático, académico, e económico contra Israel para tentar forçar, pelo menos, a que o genocídio seja interrompido", falando ainda numa "constante desumanização dos povos árabes mediterrânicos".
"Temos de mostrar aos nossos representantes que o povo português não está de acordo com as políticas nacionais de uma perpetuação de uma amizade unilateral, que só serve os interesses financeiros das grandes empresas portuguesas e dos grandes grupos israelitas", considerou.
Para Carlos Milhazes, a solução poderá estar "em cada um dos países europeus, principalmente, começarem a pressionar os Estados Unidos, fazerem os Estados Unidos perceber que estão isolados neste apoio a Israel" para "tornar Israel num Estado pária, que merece ser, quando há 70 que 'cospe' em todas as declarações de direitos humanos".
Já Jorge Oliveira relembrou que os problemas não começaram "no dia 7 de outubro do ano passado", aquando dos ataques do Hamas em Israel, mas vem "desde 1948".
"Esse problema da legítima defesa é um sofisma que [os israelitas] usam para justificar o que tem sucedido: os massacres e os bombardeamentos", vincou, dizendo que as forças israelitas atuam como atuam "porque têm as 'costas quentes'".
Os palestinanos "foram espoliados" da "terra que era deles", resumiu, lembrando ainda o estabelecimento de colonatos na Cisjordânia, em que os israelitas "correm com as pessoas das casas e tomam conta delas".
"É uma impunidade brutal. Não tenho palavras para descrever a situação que se tem vivido", lamentou-se.
Israel, alvo dos massacres do grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro do ano passado, em que foram mortas cerca de 1.200 pessoas e raptadas mais de duas centenas, está envolvido desde então numa guerra contra os islamitas na Faixa de Gaza.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.