Manifestantes pedem a demissão do ministro da Saúde.
Mais de uma centena de pessoas pediram este sábado a demissão do ministro da Saúde devido às mortes ocorridas nos hospitais portugueses, durante uma concentração em defesa do SNS (Serviço Nacional de Saúde), junto ao Hospital Garcia de Orta, Almada.
"Houve um ministro que se demitiu quando cai uma ponte. Nós temos mais de 1.900 mortes do que as esperadas. Esta era uma situação previsível", disse à Lusa o presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas, que exigiu a "demissão do ministro da saúde e do Governo" face à ausência de respostas eficazes ao atual surto de gripe. "De uma forma que acho que foi alarmista, foi dito que a vacina da gripe não seria tão eficaz este ano e, perante uma situação tão previsível como esta, todos sabemos que as medidas que hoje estão a ser anunciadas e os passeios do senhor ministro da Saúde pelos hospitais não vão resolver o essencial. É tarde demais", acrescentou o autarca de Almada.
O presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos, que também se juntou à concentração em defesa do SNS, defendeu que a construção do Hospital do Seixal seria a melhor forma de descongestionar a urgência e os restantes serviços do Hospital Garcia de Orta. A porta-voz das Comissões de Utentes da Saúde de Almada e do Seixal, Luísa Ramos, subscreve as reivindicações dos dois autarcas e defende que também é necessário reabrir alguns centros de saúde e alargar os horários de funcionamento.
"Hoje os centros de saúde fecham às 20:00, o que é manifestamente insuficiente", disse Luísa Ramos, lembrando que o encerramento às 22 horas só está em vigor há alguns dias, quando se agravou o surto de gripe. "Para nós [Comissões de Utentes da Saúde], o direito à saúde e aos cuidados de saúde está muito para além dos momentos críticos das gripes, porque nós estamos a constatar todos os dias que, quer no Hospital Garcia de Orta quer nos centros de saúde, são recorrentes os tempos excessivos de espera para o atendimento. Não é uma coisa que se limite exclusivamente aos períodos de inverno, sobretudo aos picos de gripe", frisou.
Marcada pela morte do marido na urgência do Garcia de Orta há cerca de 11 anos, Maria Deolinda, de 83 anos, fez questão de se juntar à concentração deste sábado, assegurando que compreende bem o drama de quem espera muitas horas por atendimento médico.
"Fiquei marcada pela morte do meu marido, que morreu aqui neste hospital, há 11 anos, sem assistência. E de então para cá isto tem piorado. O meu marido veio aqui quatro dias seguidos, devido a uma queda, e nunca foi visto pelo médico. Mandavam-no para casa", disse. "Ao quarto dia, um médico veio dizer-me: o seu marido morreu às oito horas da manhã", recordou Maria Deolinda, convicta de que hoje em dia a situação nas urgências dos hospitais portugueses é bem pior do que era há 11 anos.
Uma opinião partilhada por outro utente, Venceslau Gonçalves, de 74 anos, que também lamenta o atual estado de coisas na prestação dos cuidados de saúde às populações, principalmente aos mais idosos. "A saúde em Portugal não é aquela que nós defendemos com o 25 de Abril. Pelo contrário, é mais para o lado da morte do que para a saúde", concluiu.
-----
Não deixe de nos seguir no Facebook.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.