Evento acontece nos dias 27 e 28 de novembro, em Coimbra.
O Congresso Literacia, Media e Cidadania (CLMC) debate na 7.ª edição, dias 27 e 28 de novembro, em Coimbra, o impacto da utilização intensiva das redes sociais na modelação de comportamentos, construção de narrativas e direitos humanos.
"Este ano estamos concentrados nas temáticas dos comportamentos, das narrativas e dos direitos humanos, particularmente pelo ecossistema mediático em que hoje vivemos", destacou Fernanda Bonacho, presidente da Comissão Científica do congresso e professora-investigadora na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS) do Politécnico de Lisboa/Laboratório de Investigação Aplicada em Comunicação e Media (LIACOM), em declarações à agência Lusa.
Promovido pelo Grupo Informal sobre Literacia Mediática (GILM), o CLMC é organizado, nesta edição, em parceria com a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).
Segundo a responsável, tendo por base a intersecção entre os três pilares comuns a todas as edições do congresso - a literacia, os media e a cidadania -- a edição deste ano propõe-se refletir e debater a relação com os media a partir dos comportamentos adotados nessa relação, de um olhar crítico em relação às narrativas (re)construídas e (re)criadas com e através dos media e do lugar que os direitos humanos ocupam no modo como a dinâmica do ecossistema mediático se desenvolve.
"A utilização intensiva das redes tem modelado os nossos comportamentos", afirma a investigadora, notando que, "por outro lado, também há muita discussão à volta daquilo que é construído nas narrativas informacionais, quer sejam verdadeiras, quer sejam falsas", e da "difícil distinção entre o que é verdade ou uma opinião".
Em cima da mesa estará também "a falta de um denominador comum do que deveria ser a convenção dos direitos humanos, há muito já acordada, mas que a fragmentação e todas estas questões colocam, muitas vezes, em causa".
"Preocupam-nos os comportamentos que temos nos jovens, nos adultos, nos mais seniores e nessas construções fictícias, que são agora tão fáceis de criar com a inteligência artificial e que nos abanam e aumentam o nosso cinismo, o que é muito perigoso", enfatiza.
"Quando nos tornamos tão cínicos em relação àquilo que nos envolve, deixamos de acreditar até nas instituições e isso é muito perigoso para a democracia e para o próprio equilíbrio social", acrescenta.
Salientando que o congresso não é um evento "académico no seu sentido 'stricto sensu'", Fernanda Bonacho diz que se pretende que seja "também muito aberto à comunidade, que seja um convite a todos, não só da academia, mas também das áreas da educação, da economia, e de todas as outras outras que coabitam o espaço público e, particularmente, o espaço mediático".
"Todas essas áreas são convidadas a participar. O nosso grande objetivo é trazer essas discussões aos vários momentos que temos preparados no programa", realça.
Entre os vários oradores já confirmados no congresso, destaque para os 'keynote speakers' (oradores principais) Adeline Hulin, coordenadora da Unidade de Literacia Mediática e Competências Digitais da Unesco, Lee Edwards, professora de "Strategic Communications and Public Engagement" na London School of Economics, e Paul Mihailidis, reitor interino e professor de Jornalismo e Media Cívicos na Faculdade de Comunicação da Emerson College, em Boston, Massachusetts.
Fernanda Bonacho salienta a participação "inédita", numa plenária dedicada às "Narrativas mediáticas ou discursos (des)informados", de representantes da Google e do TikTok, duas plataformas "muito estudadas e, também, criticadas" pelos desafios que colocam na definição de fronteiras entre factos e opiniões e entre a informação jornalística e outros domínios da comunicação.
Considerando que "há muito ainda a fazer" em termos de literacia mediática, a responsável aponta a grande "fragmentação de projetos" nesta área, face aos "tantos desafios" que se colocam, defendendo que "esta comunidade tem mesmo de crescer (...)".
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