Alunos sem instrumento em casa e garantia da qualidade do ensino e acesso ao ensino superior são razões para aulas presenciais.
A Escola Artística de Música do Conservatório Nacional (EAMCN), em Lisboa, continua a receber alunos para terem aulas presenciais individuais porque não têm instrumento em casa ou para garantir a qualidade do ensino e acesso ao ensino superior.
Durante 12 horas, das oito da manhã às oito da noite, as portas da escola artística estão abertas e há alunos, professores e funcionários a trabalhar, contou à Lusa a diretora da EAMCM, Lilian Kopke.
Apesar de o Governo ter suspendido o ensino presencial mandando para casa mais de um milhão de alunos, que estão a ter aulas à distância, o Conservatório Nacional faz parte das exceções. Ali, o regime não presencial revelou-se "ineficaz" para algumas disciplinas.
"Neste momento, estamos abertos para todos os instrumentos e para os alunos de qualquer idade poderem vir ter aulas individuais de instrumento", afirmou à Lusa a diretora.
Os diferentes níveis de ensino escondem problemáticas diferentes. No caso dos mais novos, explicou Lilian Kopke, as maiores dificuldades prendem-se com a qualidade sonora das plataformas 'online' usadas para aprender.
"O som da plataforma é mau para o instrumento", explicou a diretora, acrescentando que presencialmente também se torna mais fácil corrigir a postura e afinação.
"A associação de pais pediu que os seus filhos voltassem a ter aulas presenciais individuais de instrumento, porque não conseguem orientar os mais pequeninos para aprender em casa. Uma coisa é uma aula de matemática, outra coisa é o estudo do trompete, por exemplo, que é muito mais difícil", exemplificou.
Existem também casos de alunos que não têm instrumento em casa para estudar.
À Lusa, o gabinete do Ministério da Educação confirmou que a situação está dentro da lei: "A Escola Artística de Música do Conservatório Nacional (EAMCN), baseada na legislação em vigor, recebe os alunos que não tendo condições para estudar em casa, só o podem fazer na escola, estando nesta situação todos aqueles que não possuem instrumento em casa e que não têm condições económicas para o adquirir, como sejam órgão, cravo, percussão".
A diretora acrescentou que estas são aulas individuais e que as salas têm painéis semelhantes a acrílicos que separam aluno e professor. A aula dura apenas uma hora e os horários foram feitos de forma a evitar ao máximo os contactos.
Entre os alunos mais velhos havia outros problemas difíceis de contornar. Os estudantes do secundário e profissional têm de enviar gravações para o ingresso ao ensino superior. Ora, em casa, não existem condições para o fazer com a qualidade exigida.
"É preciso um bom aparelho de gravação e a ajuda de um técnico, que é o nosso produtor. Já no primeiro confinamento (que começou em meados de março do ano passado) o secundário teve de enviar gravações para ingresso no ensino superior e por isso também cá estiveram para fazer essa preparação e gravações", disse à Lusa a diretora.
Esta exceção também está prevista numa das orientações da Direção-Geral de Estabelecimento Escolares, que sublinha que no caso das ofertas profissionalizantes, cursos artísticos especializados e científico-tecnológicos se deve optar pelo regime presencial, "por requererem a utilização de espaços, instrumentos ou equipamentos específicos."
As aulas presenciais e apoio dado aos alunos são opcionais para todos, mas nos últimos tempos houve várias denúncias.
"Só na semana passada a polícia veio cá cinco vezes e nas cinco vezes tivemos de mostrar as autorizações para podermos receber alunos", lamentou a responsável.
Tal como acontece no resto do país, também no conservatório há professores mais velhos e até de risco. Lilian Kopke garantiu que estes dão apenas aulas 'online'. No caso dos funcionários, como há muito menos alunos na escola, também foi possível fazer turnos e irem-se revezando.
Em julho do ano passado, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução com as medidas excecionais e temporárias para a organização do atual ano letivo. Ali ficou definido que os alunos beneficiários da ação social escolar poderiam ter aulas na escola, assim como as crianças em risco ou perigo sinalizados pelas comissões de proteção de crianças e jovens.
Também passou a fazer parte das exceções os casos em que os professores consideram que o regime à distância não é eficaz.
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