Carlos Lourenço reconheceu que há um claro "desafio" em termos de mão-de-obra, que não é específico ao setor da tecnologia nem a Portugal.
A consultora tecnológica canadiana CGI quer contratar mil pessoas em Portugal nos próximos três anos e está à procura de oportunidades para crescer via aquisições, disse esta quarta-feira Carlos Lourenço, que lidera a subsidiária no país.
A CGI, que emprega quase 90 mil colaboradores e registou faturação de mais de 8.000 milhões de euros no ano fiscal que terminou em setembro de 2021, em fevereiro deste ano anunciou que quer contratar 400 pessoas em Portugal, no final do qual deverá contar com 2.000 colaboradores.
"Esse plano de aumentar a equipa em 400 pessoas, em termos líquidos, está a correr bem e apesar de o mercado de trabalho estar algo esticado, temos conseguido contratar as pessoas que precisamos", disse à Lusa Carlos Lourenço, vice-presidente da empresa em Portugal, à margem da inauguração de um escritório no Parque das Nações onde irá albergar até 350 trabalhadores.
"Chegando aos 2.000 trabalhadores em 2022, queremos mudar um desses dígitos e chegar nos próximos dois a três anos aos 3.000", adiantou.
Carlos Lourenço reconheceu que há, no entanto, um claro "desafio" em termos de mão-de-obra, que não é específico ao setor da tecnologia nem a Portugal, salientando que tanto a CGI e o país têm de encontrar "novas formas de alimentar o mercado de trabalho, caso contrário a esperança de termos um excelente centro de polo tecnológico para a Europa e para o mundo pode desaparecer rapidamente".
Segundo o gestor, é necessário encontrar soluções internas e externas, salientando que é importante várias universidades portuguesas terem já uma taxa elevada de estudantes estrangeiros em cursos de mestrado, pois esses alunos podem depois querer ficar a trabalhar no país.
Laurent Gerin, vice-presidente da CGI para a Europa ocidental e do sul, grupo que abrange oito países e emprega cerca de 19.000 trabalhadores, disse à Lusa que para responder ao problema da escassez de recursos humanos qualificados nas áreas das tecnologias de informação a empresa criou em 2017 um centro de formação em França - para alunos que acabam o ensino secundário - e que já formou 900 profissionais.
"Vamos criar a nossa própria 'escola' em Portugal, eventualmente em aliança com os nossos clientes ou parceiros, algo que estamos a estudar e, se podemos sonhar um bocado, também pensar em criar subsidiárias de formação em países de língua portuguesa", afirmou.
A CGI está em Portugal há 20 anos e fornece consultoria estratégica de tecnologias de informação e de negócio, integração de sistemas, serviços geridos de tecnologia e de processos de negócio, e soluções de propriedade intelectual.
Gerin sublinhou que a empresa tem uma taxa de saída de trabalhadores 5% abaixo da média global no setor de consultoria tecnológica.
O gestor francês atribuiu esse registo a vários fatores como a possibilidade de os trabalhadores participarem em projetos inovadores a nível multinacional, frisando que no novo espaço da empresa na zona oriental de Lisboa a maioria das equipas irá trabalhar num dos 35 projetos em 14 países, ou seja, "numa exportação de serviços".
Numa altura em que o acelerar da inflação coloca o foco no tema dos aumentos salarias, Laurent Gerin recordou que essa é apenas uma parte do debate sobre a remuneração, referindo que a empresa tem uma política que visa outros aspetos, nomeadamente a participação no capital, numa empresa com 90% dos trabalhadores a deterem ações cotadas nas bolsas de Toronto e Nova Iorque.
A proximidade da apresentação de resultados financeiros, no próximo mês, impediu os gestores de fornecerem previsões para o próximo ano, mas salientaram que a provável recessão causada pela guerra na Ucrânia não deverá penalizar a empresa e o setor da tecnologia.
Em Portugal o crescimento orgânico da empresa poderá ser complementado por aquisições, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos em Espanha e França.
Carlos Lourenço recordou que a subsidiária portuguesa assegurou crescimento orgânico nos últimos três anos, mas adiantou que é necessário prosseguir essas expansões com aquisições, para complementar as competências e ter acesso a novas tecnologias.
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