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Crianças mais velhas transmitem coronavírus tanto quanto os adultos

Estudo na Coreia do Sul analisou contactos de infetados e concluiu ainda que as crianças menores de dez anos têm metade das probabilidades de propagar o vírus.

20 de julho de 2020 às 08:51

De que forma é que as crianças podem transmitir o novo coronavírus e como é que isso varia entre idades? Um estudo na Coreia do Sul revelou que os menores de dez anos o propagam menos que os adultos, apesar de o risco não ser zero, mas que os jovens entre 10 e os 19 anos o transmitem tão bem quanto os adultos. 

Segundo Ashish Jha, diretor do Instituto de Saúde Global de Harvard, este estudo "foi feito de maneira muito cuidadosa, é sistemático e observa uma amostra muito grande". "É um dos melhores estudos que tivemos até hoje sobre o tema", frisou ao jornal The New York Times. Até agora, os estudos sobre o tema partiam de uma amostra pequena e tinham algumas falhas. 

Os cientistas sul-coreanos identificaram 5.706 pessoas que foram as primeiras a acusar sintomas em casa entre 20 de janeiro e 27 de março, quando as escolas fecharam. De seguida, foram rastreados os 59.073 contactos desses casos. 

Todos os membros do agregado familiar de cada paciente, assintomáticos ou não, foram submetidos a um teste à Covid-19. Também foram testados os contactos sintomáticos fora do agregado. 

Depois do rastreio, determinou-se que as crianças com menos de dez anos tinham metade das probabilidades de transmitir o vírus a outros, o que é consistente com estudos anteriores. Segundo o The New York Times, as crianças exalam menos ar, e consequentemente menos partículas com vírus. A estatura também significa que respiram mais perto do chão, o que torna mais difícil que os adultos sejam contagiados por elas. 

Porém, no que toca às crianças do segundo e terceiro ciclos e do ensino secundário, as conclusões são mais preocupantes. Este grupo tem mais probabilidades de infetar outros do que os adultos. Alguns peritos consideram que esse dado pode não ser de confiança, ou que derive do comportamento dos jovens. 

Segundo o Times, os jovens têm muitas vezes o mesmo tamanho que adultos, mas mantêm alguns hábitos pouco higiénicos associados a crianças mais novas. Também é mais provável que socializem com os seus pares do que os mais novos. 

Sobre a testagem, o estudo aponta que a primeira pessoa a acusar sintomas dentro de um agregado não é necessariamente a primeira a ter sido infetada e essa limitação foi reconhecida pelos cientistas. Além disso, as crianças também demonstram menos os sintomas do que os adultos, pelo que pode ter sido subestimado o número de crianças que espoletaram a transmissão.

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