Na Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, os postos são destinados às entidades prioritárias.
1 / 3
O Governo impôs esta sexta-feira um novo limite ao abastecimento de combustível: 25 litros de combustível em veículos ligeiros a partir do dia 11 de agosto e os 15 litros, já conhecidos, nos postos de emergência.
Durante a conferência de imprensa, o Executivo prestou esclarecimentos sobre a crise energética, decretada a partir das 23h59 de 09 de agosto e até 23h59 do dia 21 de agosto, e sobre o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) relativamente à greve dos motoristas.
A sessão, que contou com a presença do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e do ministro do Trabalho, José António Vieira da Silva, decorre no mesmo dia em que o Tribunal rejeitou a impugnação dos serviços mínimos fixados pelo Executivo.
Decretada crise energética no País
Vieira da Silva confirma recorrer, em caso de necessidade, à requisição civil
Vieira da Silva referiu que o parecer da PGR "recorda aquilo que já várias vezes o Governo tem dito, que o direito à greve é um direito fundamental".
"Tendo este ponto como ponto de partida, considera o Conselho Consultivo que o direito à greve não é um direito absoluto e não pode pôr em causa outros direitos constitucionais. Uma greve que viole o direito da boa fé pode ser considera ilícita", explicou o ministro, acrescentando que se está a "chegar ao limite daquilo que é admissível".
Relativamente aos serviços mínimos decretados, Vieira da Silva ressalvou que "o Conselho Consultivo considerou que os serviços mínimos podem e devem ser mais extensos para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos". "Em casos extremos podem corresponder à manutenção da normalidade de funcionamento", explicou.
Caso os serviços mínimos não sejam cumpridos, o Governo pretende "decretar uma requisição civil", assumiu Vieira da Silva. O ministro do Trabalho afirmou assim que o Governo tentará que não seja necessária uma requisição civil, mas, se for necessário, em caso de incumprimento dos serviços mínimos, não hesitará em utilizar todos os instrumentos disponíveis.
Vieira da Silva acrescentou que, "se antes disso existirem factos que apontem para a necessidade de a utilizar [uma requisição civil preventiva], o Governo, numa situação extrema, não abdica de nenhum dos instrumentos".
"Este é um conflito entre privados que compete ao Governo criar condições para a sua superação, não sendo o Governo parte deste conflito mas tendo a responsabilidade de defender os interesses da sociedade portuguesa e da nossa Economia", disse o ministro. Por essa razão é que os serviços mínimos foram definidos da forma como estão apresentados, justificou Vieira da Silva.
Vieira da Silva disse ainda que Governo está "permanentemente disponível" para mediar o conflito entre motoristas e patrões, considerando que "é preciso que as partes ouçam o povo português".
"O país espera que todos façam o possível para evitar uma situação de conflito que tenha riscos de efeitos colaterais que todos nós queremos evitar", afirmou. Contudo, acrescentou, o Governo "não se pode substitui às partes", mas considera que "há sempre alternativas de negociação para encontrar soluções de compromisso".
Sobre a possível mobilização de 100% dos trabalhadores de determinado serviço tendo em conta os serviços mínimos, Viera da Silva explicou que o "enquadramento dos serviços mínimos foi feito de forma equilibrada". "A fixação dos diferentes valores de mobilização de trabalhadores para os serviços mínimos foi estipulado com o objetivo de salvaguardar" os cidadãos portugueses. "O objetivo não foi limitar o direito à greve", acrescentou.
"Estamos convictos de que (...) os parceiros possam compreender que existe uma alternativa a este conflito que é uma negociação", finalizou Viera da Silva.
Ministro do Ambiente destaca postos de abastecimento de emergência
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, voltou a fazer referência à REPA - Rede de Emergência de Postos de Abastecimento - disponível nesta greve, com "54 postos de abastecimento destinados às entidades prioritárias". "Na restante rede REPA, 320 postos, podem abastecer os prioritários e os equiparados a prioritários", continuou.
A partir de dia 11 de agosto passa a haver um limite máximo de abastecimento de combustível: "15 litros na rede prioritária e 25 litros nos outros postos", clarificou Matos Fernandes. Os 25 litros aplicam-se aos automóveis ligeiros, sendo que nos pesados o limite máximo de abastecimento é fixado nos 100 litros.
"Com este parecer consideramos que as medidas tomadas pelo Governo são as adequadas tendo em conta as características que esta greve tem", acrescentou ainda Viera da Silva antes de terminar a conferência de imprensa desta sexta-feira.
A greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas está agendada para a próxima segunda-feira, dia 12 de agosto. A três dias da greve, os portugueses já fazem filas para abastecer nos diversos postos de combustível do País.
Recorde-se que o conselho consultivo da PGR remeteu, nesta quinta-feira, 08 de agosto, o parecer sobre a legalidade da greve dos motoristas de matérias perigosas ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
A paralisação foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que acusam a ANTRAM de não querer cumprir o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
Na quarta-feira, o Governo definiu serviços mínimos para esta greve, que vão entre os 50% para a generalidade dos postos de abastecimento de combustível e os 100% para a rede de abastecimento de emergência e serviços de saúde, segurança e proteção civil.
No entanto, os sindicatos consideram estes serviços mínimos exagerados e, por isso, avançaram já com uma providência cautelar para impugnar essa decisão do Governo.
MAPA INTERATIVO | Saiba onde estão os postos de emergência para abastecer na greve dos motoristas
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.