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Descarga "criminosa" no rio Onda é "ameaça direta à saúde pública"

Câmara de Matosinhos exige "ação imediata" em foco de poluição na zona norte da praia de Angeiras.

10 de julho de 2025 às 22:11
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Descarga 'criminosa' no rio Onda é 'ameaça direta à saúde pública'

Uma descarga no rio Onda deixou a praia de Angeiras Norte, em Lavra, Matosinhos, com uma mancha poluente abrangente e um odor intenso, em plena época balnear. A Câmara de Matosinhos indica que a descarga é proveniente de Vila do Conde e considera tratar-se de uma "ameaça direta à saúde pública", pelo que "exige ação imediata".

Imagens divulgadas através das redes sociais mostram o cenário encontrado na praia e junto ao areal, inclusive com peixes e aves mortos. O município de Matosinhos indica que a descarga ocorreu na terça-feira, mas "situação idêntica já tinha sido detectada no dia 2 de julho, tendo esta conduzido à interdição da praia".

Questionado já ontem pelo CM, o município de Matosinhos indica, em resposta enviada hoje, que "a intervenção dos técnicos da autarquia aconteceu no próprio dia 8 [terça-feira], tendo voltado hoje [quinta-feira] ao local, onde constataram a intensificação da mancha poluente – desta vez com um odor ainda mais intenso – ou seja, o problema persiste sem solução à vista". A autarquia considera "inaceitável que, passados dias - a primeira análise foi realizada pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, da GNR, no dia 3 de julho - não tenha sido ainda identificado o agente poluidor, nem travada esta descarga que já compromete a qualidade das águas em Angeiras Norte e Labruge". O CM apurou que as autoridades investigam a suspeita de que a descarga seja proveniente da empresa Lactogal. 

A Câmara de Matosinhos "exige que as entidades competentes (SEPNA, Agência Portuguesa do Ambiente e demais organismos com responsabilidade nesta matéria) atuem com eficácia e urgência". "Não basta monitorizar: é preciso agir. É imperativo que as análises da água tenham resultados em tempo útil e que se identifique imediatamente a origem desta descarga criminosa", acrescenta. "A autarquia de Matosinhos não permitirá que as praias do concelho sejam transformadas em vítimas silenciosas de negligência ambiental. Exige-se responsabilidade, transparência e medidas concretas para estancar este atentado, garantir a segurança da população e impedir que situações como esta voltem a ocorrer", conclui o município.

Recorde-se que, também esta semana, a praia de Matosinhos foi interditada a banhos, pela terceira vez desde junho, devido à presença da bactéria e.Coli. O município já detetou centenas de ligações ilegais em ribeiras urbanas que têm como destino o areal da cidade. 

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