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Economistas mundiais alertam para o colapso do jornalismo de interesse público

Declaração surge após uma reunião do Fórum sobre Informação e Democracia, em França.

22 de setembro de 2025 às 09:25

Vários economistas, incluindo os prémios Nobel Joseph Stiglitz e Daron Acemoglu, alertaram esta segunda-feira para o risco do "colapso do jornalismo de interesse público" em todo o mundo, após uma reunião do Fórum sobre Informação e Democracia, em França.

Na declaração conjunta divulgada esta segunda-feira, os signatários avisaram que o acesso à informação fidedigna é o recurso fundamental que alimenta a economia do século XXI, tal como no passado dependia "do vapor ou do carvão" para o desenvolvimento industrial.

Para os economistas que assinaram o documento, entre os quais se encontram também Philippe Aghion, Tim Besley, Diane Coyle e Francesca Brian, o recurso à informação é essencial na economia futura, impulsionada pela Inteligência Artificial.

"A comunicação social de interesse público", definida como fornecedora de informação factual e fidedigna, e editorialmente independente, "desempenha um papel crucial" e "ainda assim, em todo o mundo, está sob ameaça", sublinha-se no documento.

O documento refere também que os órgãos de comunicação social foram afetados por dificuldades financeiras devido à concorrência "cada vez mais desleal" das grandes empresas tecnológicas e das plataformas digitais.

Por outro lado, os economistas alertam que os meios de comunicação social estão a sofrer "uma crescente interferência dos governos" autoritários ou não.

Os economistas apelam às autoridades públicas para que invistam no jornalismo livre e independente através de subsídios diretos ou indiretos.

Os signatários disseram também que é preciso "moldar os ecossistemas de informação para o interesse público", com "regulamentação adequada" por parte das empresas de tecnologia e de Inteligência Artificial.

Estas medidas, argumentaram, podem ajudar a evitar "uma trajetória" que parece estar a conduzir ao colapso do jornalismo de interesse público, com consequências consideráveis para a economia, para a sociedade e para as democracias.

Para os economistas que assinaram a declaração conjunta, o custo das medidas é "relativamente baixo" e devem ser implementadas em consulta com a sociedade civil e o setor privado.

O Fórum sobre Informação e Democracia resulta de uma parceria lançada em 2019 pela França e pela organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), à qual aderiram cerca de meia centena de países.

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