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ERC avalia caso de jovem ridicularizado no Ídolos

Instituto de Apoio à Crianças pediu avaliação à Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

08 de maio de 2015 às 17:29

O Instituto de Apoio à Crianças pediu à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) que analise o caso de um jovem que foi ridicularizado no programa "Ídolos" da SIC, avançou esta sexta-feira o secretário-geral do IAC.

O caso aconteceu no programa divulgado pelo canal televisivo no passado domingo, que mostra as orelhas do jovem a crescer durante a sua atuação, uma situação que gerou muitas críticas nas redes sociais e levou a SIC e a produtora do programa FremantleMedia a lamentarem o sucedido.

Perante o caso, "o Instituto de Apoio à Criança solicitou à Entidade Reguladora para a Comunicação Social que avaliasse a situação", disse o secretário-geral do IAC, Manuel Coutinho. 

"Cuidado para não ferir susceptibilidades"

Falando genericamente de programas que expõem crianças e jovens, Manuel Coutinho, também coordenador do SOS-Criança do IAC, defendeu que estes "devem ter um cuidado muito especial para não ferir as suscetibilidades" dos participantes.

Por outro lado, sublinhou o psicólogo, os pais também devem "ponderar muito bem o interesse da participação ou não dos filhos em determinado tipo de programas".

Manuel Coutinho adiantou que este tipo de programas "tem muita audiência", que às vezes é conseguida através da ridicularização dos seus intervenientes. "Esta ridicularização quando incide sobre as crianças e jovens pode acabar por ser nefasta e, de alguma maneira, comprometer a sua formação, porque a afeta de uma forma muito negativa", advertiu.

"Efeitos devastadores"

Para o psicólogo, os programas que "comprometem os direitos fundamentais das crianças, nomeadamente o direito à sua imagem, acabam por ser devastadores". Isto porque "os jovens e os adolescentes estão em formação e, por vezes, têm grande dificuldade em aceitar o seu corpo e quando as suas dificuldades são exacerbadas não contribuem para o seu bem-estar, pelo contrário acentuam as suas dificuldades de integração de grupo e de autoimagem", explicou.

Manuel Coutinho disse acreditar que quem produz este tipo de programas não tem como objetivo prejudicar os jovens. Contudo, "há certas práticas que, aparentemente inocentes, acabam por vir a comprometer o desenvolvimento harmonioso da personalidade das crianças". Nesse sentido, defendeu, devia haver uma "maior fiscalização prévia para evitar eventuais excessos que muitas vezes acontecem".

A acontecerem estas situações as organizações que tutelam estes programas, nomeadamente a ERC, devem avaliá-las e elaborar recomendações para que não se repitam, sublinhou.

BE contra "violência da caricatura"

O Bloco de Esquerda também enviou hoje uma carta ao presidente da ERC, Carlos Magno, a defender a necessidade de avaliar se as práticas estabelecidas nas empresas de comunicação social protegem devidamente os menores e o seu direito à imagem e reserva da intimidade, bem como o seu direito à proteção legal contra qualquer forma de discriminação.

Para o BE, a "violência da caricatura" suscita "algumas preocupações sobre as práticas estabelecidas nas empresas e produtoras de comunicação social relativamente aos contratos que estabelecem com participantes nos seus programas e, em particular, o respeito pelo direito à imagem dos participantes".

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