Celebrou-os nos dias 28 e 29 de Setembro, na Alameda Dom Afonso Henriques, em Lisboa, de porta totalmente aberta.
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O Grupo de Trabalho para o Diálogo Inter-Religioso [(GT DIR), estrutura sob a égide da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), reúne diversas confissões religiosas em Portugal, para fomentar o diálogo, a convivência e o respeito mútuo, com a finalidade de edificar uma sociedade mais inclusiva e pacífica. Completou 10 anos e celebrou-os nos dias 28 e 29 de Setembro, na Alameda Dom Afonso Henriques, em Lisboa, de porta totalmente aberta.
Iguais nas Diferenças
É caso único numa Europa cada vez mais pequena, e tacanha, para conviver com diferenças. O Grupo de Trabalho para o Diálogo Inter-Religioso [(GT DIR), merece que lhe tiremos o chapéu. É isso; chapeau, como dizem os franceses.
GT DIR é um espaço permanente de encontro, reflexão e acção, composto por representantes de variadas tradições religiosas, espiritualidades e filosofias de vida, com a finalidade de endurecer a cultura de paz, a liberdade religiosa e o respeito à diversidade de crenças. Uma década de trabalho deu fruto, talvez ao maior, que consiste em ter conseguido juntar 13 confissões religiosas a trabalhar pautadas pela consideração e apreço. A sua estrutura de trabalho é simples: visa o diálogo e a colaboração com o objectivo de atingir um par de ouro: promoção da paz e do entendimento mútuo.
Assim, uma iniciativa inter-religiosa de celebração dos dez anos do Grupo de Trabalho para o Diálogo Inter-Religioso (GT DIR), e actualmente na dependência da AIMA” (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), decorreu nos dias 28 e 29 de Setembro, na Alameda Dom Afonso Henriques, em Lisboa. Um evento aberto à comunidade, todos que quiseram ver como é possível a fraternidade em movimento. Uma diversidade com mostras culturais, incluiu momentos musicais e de dança, tertúlias variadas, sobre diálogo Inter-Religioso, o contributo das religiões no âmbito da acção social e a história do GT DIR.
Constituído em 2015, começou a ter um enquadramento e a ser promovido a partir de 2009 e 2014, respetivamente, após a criação em 2001 da Lei da Liberdade Religiosa e da Estrutura de Missão para o Diálogo com as Religiões em 2005, tendo vindo a ser reforçado e integrado no Alto Comissariado para as Migrações. A iniciativa surge com um espírito de colaboração entre comunidades religiosas e o Estado português, incentivando o que tanto faz falta: compreensão mútua. É desta forma, que, a quem lhe interessa a civilização, caminha.
Miriam Lopes, pastora da Igreja Presbiteriana, na sua intervenção, relembrou os primeiros passos dados, no ano de 1971, após a lei publicada a 21 de agosto de 1971, pioneira a prever o reconhecimento de confissões não católicas em Portugal. Nesse sentido, o, então, centro ecuménico de reconciliação promoveu um encontro, na Figueira da Foz, onde, pela primeira vez, juntaram-se representantes das comunidades Católica,Cristã, Bahai, Judaica, Metodista, Lusitana Americana e Presbiteriana.
Presentes, entre outras figuras, o presidente da Comunidade Islâmica Valy Mamede (1937 – 1995) Rabino Abraham Assor (1920 – 1993), rabino da Comunidade Israelita de Lisboa e Mário Mota Marques, da Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá"is de Portugal. Ester Bekerman Carneiro, vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa enfatiza que a criação do GTDIR assenta em colunas fundamentais: "construir pontes de união e harmonia entre diversas confissões e mostrar ao mundo que, independentemente das suas crenças, todas partilhamos dos mesmos princípios universais: amor ao próximo, fraternidade, solidariedade, partilha, respeito, compaixão e tanto mais".
Khalid Sacoor D. Jamal, membro da Comunidade Islâmica de Lisboa e Presidente do Instituto de Cooperação Luso-Árabe relembra o ponto de partida, essencial: "Partimos da ideia de sermos igualmente valiosos como seres humanos e através da compaixão e dos laços de fraternidade e amizade, entretanto criados, resgatamos os melhores argumentos do próximo, cientes de que o que nos une é superior ao que nos diverge, que o melhor diálogo é o que aproxima pessoas, não ideias".
Tal como Esther Carneiro, Khalid, Jamal a propósito dos 10 anos do GTDIR, realça o elemento estrutural que sustenta o grupo: "celebramos a construção de pontes entre diferentes confissões religiosas, promovendo respeito, diálogo e união na diversidade. O diretor do Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-Religioso do Patriarcado de Lisboa, Padre Peter Stilwell valoriza algo que lhe parece oportuno na conjuntura actual: "Aumentar o conhecimento das diversas religiões, da sua história, valores e características culturais deve ser um objetivo importante em todos os setores da vida pública, atendendo à realidade plural que são hoje Portugal e a Europa".
Apesar de ser um grupo pequeno, "a sua íntima ligação com um setor crítico da função pública, como é a AIMA, pode ajudar a sondar sensibilidades, a evitar crispações, e a semear ideias para uma convivência construtiva de todos, no presente e no futuro".
Cronologia Lei Liberdade Religiosa
A Lei 4/71, publicada a 21 de agosto de 1971 durante o regime de Marcelo Caetano, é a primeira a prever o reconhecimento de confissões não católicas em Portugal (até então inexistente), um marco importante na construção da liberdade religiosa em Portugal, embora ainda com restrições. Esta lei, embora tenha reformulado e ampliado o regime de liberdade religiosa anterior, a liberdade religiosa plenamente garantida pela Constituição da República Portuguesa nasce em 1976. A principal legislação sobre liberdade religiosa em Portugal é a Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho, que, ao lado do Artigo 41.º da Constituição da República Portuguesa, consagra a inviolabilidade da liberdade de consciência, religião e culto, a autonomia das comunidades religiosas face ao Estado e a igualdade de todas as confissões perante a lei.
Confissões religiosas que integram o Grupo de Trabalho para o Diálogo Inter-Religioso
- Aliança Evangélica Portuguesa
- Associação Internacional Buddhas Light de Lisboa
- Comunidade Bahá’í de Portugal
- Comunidade Hindu de Portugal
- Comunidade Islâmica de Lisboa
- Comunidade Muçulmana Ismaelita
- Comunidade Israelita de Lisboa
- Igreja Católica Apostólica Romana (Patriarcado de Lisboa)
- Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal
- Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em Portugal
- Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica (Comunhão Anglicana)
- União Budista Portuguesa
- União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia
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