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Extinção da FCT preocupa estudantes e investigadores portugueses no Reino Unido

Fundação para a Ciência e Tecnologia financia, desde 2020, um programa anual de cinco bolsas de investigação.

18 de outubro de 2025 às 08:47

A futura extinção da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) pelo Governo está a preocupar a Associação de Investigadores e Estudantes Portugueses no Reino Unido (PARSUK) devido ao potencial impacto nas relações bilaterais, disse fonte da associação à Lusa.

A FCT financia, desde 2020, um programa anual de cinco bolsas de investigação Bilateral Research Fund (BRF) para investigadores em início de carreira em Portugal ou no Reino Unido de até três mil euros.

A PARSUK tem ainda um protocolo com a FCT para o desenvolvimento da diplomacia científica entre os dois países, o qual termina no próximo ano.

A continuação destes dois projetos está agora incerta, admitiu a presidente da associação, Catarina Liberato.  "A PARSUK faz parte do ecossistema de associações e instituições ligadas à ciência e inovação em Portugal [que não foram] consultadas", afirmou à agência Lusa. 

Além da preocupação com o financiamento direto, receia o impacto nos membros que beneficiam de bolsas de doutoramento da FCT e a consequente repercussão no "dinamismo das colaborações entre Portugal e o Reino Unido". 

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) aprovou em setembro a criação da Agência de Investigação e Inovação (AI2), que vai integrar as competências até agora da FCT e da Agência Nacional de Inovação (ANI).

Perante esta decisão do Governo, a PARSUK iniciou um estudo sobre a mudança na estrutura do financiamento à ciência registada no Reino Unido, quando foi criado o UK Research and Innovation (UKRI). 

O objetivo, explicou Liberato, é ver "que lições é que podemos tirar do sistema britânico, como é que podemos ajudar Portugal a tentar perceber quais são as opções, que boas práticas podem ser implementadas". 

"É um relatório que ainda estamos a terminar, portanto ainda não temos conclusões sólidas para apresentar. Mas aquilo que nós tentámos fazer foi tentar perceber o que é que aconteceu quando houve essa transformação, porque é que ela aconteceu, quais foram os argumentos usados nessa altura, e o que é que correu bem ou mal nessa transição", salientou. Segundo Liberato, "passaram-se sete anos e uma das conclusões que existe de relatórios que avaliaram este processo foi que os ganhos de eficiência prometidos na altura ainda não foram totalmente alcançados".

A PARSUK realiza este sábado, em Londres, o Luso 2025, a 17.ª edição do encontro anual dos seus membros, atualmente estimados em cerca de dois mil, desde estudantes de licenciatura a académicos e investigadores estabelecidos. 

O tema deste ano será "Horizontes Plurais: A diversidade como catalisador de colaboração", com painéis de discussão sobre a valorização da diversidade, igualdade e inclusão em ambientes organizacionais e sobre os impactos sociais e éticos da falta de diversidade na criação e aplicação de Inteligência Artificial.  

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