Maioria dos 30 candidatos envolvidos na polémica do concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina na U.Porto interpuseram uma ação no tribunal.
O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto declarou esta quarta-feira que pretende integrar os 30 candidatos informados do ingresso em Medicina, mas que afinal não entraram por falta de homologação do reitor.
Em entrevista à agência Lusa, Altamiro Costa Pereira, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), declarou que foi "muito desagradável" a polémica com os 30 candidatos ao Concurso Especial para o Mestrado em Medicina na U.Porto e que vai tentar integrar os candidatos que assim o desejem.
"Eu sei que agora [os candidatos] estão em tribunal, mas, independentemente daquilo que o tribunal venha a decidir, nós vamos tentar que esses estudantes acabem por entrar, ou pelo aqueles que o quiserem, obviamente", afirmou Altamiro Costa Pereira, à margem da reunião do Conselho Científico na FMUP que decorreu esta quarta-feira.
A maioria dos 30 candidatos envolvidos na polémica do concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina na U.Porto interpuseram no dia 15 de outubro uma ação no tribunal.
O diretor da FMUP acrescentou que os candidatos currículos "excelentes".
"Ao contrário do que aquilo que foi dito, todos eles têm currículos excelentes. Até há alguns que têm média de 19 e, portanto, não faz sentido nenhum aquilo que disseram que estes estudantes não tinham condições ou que eram estudantes abaixo de 14 [valores]. Eles tiveram abaixo de 14 num exame que era muito difícil".
O exame a que Altamiro Costa Pereira se refere, e o motivo da polémica que envolveu a Faculdade de Medicina e a Universidade do Porto, é precisamente a prova de conhecimentos, cujo Despacho publicado em Diário da República em 2019 indica que os candidatos, para não serem excluídos, têm de ter pelo menos 14 valores.
Houve 30 candidatos excluídos no último Concurso Especial para Acesso ao Ciclo de Estudos Integrado do Mestrado em Medicina na U.Porto por não terem obtido pelo menos a nota de 14 valores.
Os candidatos ao concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Porto (U.Porto) confessaram à Lusa, a 5 de setembro, sentirem-se lesados pela U. Porto, referindo que mudaram de cidade, abandonaram empregos de anos, investiram em imóveis e desistiram de mestrados.
"Tomámos decisões de boa-fé com base na confiança no processo: mudámos de cidade, abandonámos empregos de anos, desistimos de mestrados, investimos em imóveis e reorganizámos vidas pessoais, acreditando nas vagas que nos foram atribuídas", lê-se numa nota de esclarecimento dos candidatos enviada à Lusa.
Esta quarta-feira, em Conselho Científico da FMUP, foi proposto que no regulamento fosse eliminada essa prova de conhecimentos.
"Isto foi uma coisa muito desagradável o que aconteceu, e acho que não havia necessidade nenhuma ter acontecido, mas isso cada um é responsável por aquilo que é, mas, o que eu quero dizer, é que toda esta polémica foi à volta da questão dos estudantes terem tirado menos de 14 [valores] no tal exame de prova de conhecimentos, que não afere em nada a qualidade dos licenciados que nos procuram, mas estava lá no regulamento isso", disse o diretor.
Para Altamiro Costa Pereira, tem mais importância a "essência do espírito da letra da lei [de 2007]".
"Não acho que tivesse muito sentido o que aconteceu, mas, uma vez tendo acontecido, também foi uma forma de identificar questões que agora irão ser todas resolvidas, que é exatamente fruto do anterior regulamento [de 2019], que foi feito para fins muito diferentes desta altura", assnalou.
Altamiro acredita que para o próximo ano ainda existam as "37 vagas" para o concurso especial, o equivalente aos 15% do número do regime geral para Medicina. Todavia, adiantou que está em análise uma proposta do ministro [da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre] "para reduzir essa percentagem obrigatória de 15% para 5%".
"Não sei o que vai acontecer a estes estudantes [30 candidatos que não ficaram no curso] e eu gostava que se fizesse justiça", concluiu.
A 18 de setembro, a Procuradoria-Geral da República confirmou a existencia de um inquérito a correr no Ministério Público relacionado com o caso dos 30 candidatos ao curso de Medicina na U. Porto.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.