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Falta de pagamento de água ameaça animais da União Zoófila

Associação sem fins lucrativos não tem como pagar a fatura da água do mês de maio.

19 de junho de 2018 às 12:44

'Pinha' está ao cuidado da União Zoófila, uma associação sem fins lucrativos lisboeta que alberga e cuida de animais domésticos em risco e abandonados. A 'Pinha' é apenas um dos muitos animais que corre o risco de ficar sem água para beber e para assegurar as suas condições de higiene, uma vez que a associação não tem como pagar a fatura da água no valor total de 2450,10 euros, correspondente ao mês de maio.  

"A Pinha (...) é apenas um dos animais recém-acolhidos na União Zoófila. A Pinha vagueava, à fome e à sede, pelas ruas da cidade de Lisboa. Ontem, a Pinha bebeu água. Ontem, a boxe da Pinha foi lavada. Ontem, a almofada onde a Pinha dorme foi lavada. O acolhimento dos animais abandonados é responsabilidade autárquica. Na letra da lei. Porque, na realidade, a Pinha foi acolhida na União Zoófila. Ou teria morrido de sede e fome nas ruas de Lisboa", pode ler-se numa publicação da associação onde a mesma apela à entrega de donativos para conseguir pagar a fatura da conta da água, que vence hoje e que poderá ser cortada brevemente.

A publicação, que já conta com mais de quatro mil partilhas no Facebook, deixa ainda algumas críticas à Câmara Municipal de Lisboa e à EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres), a quem a União Zoófila deve 1.309,51 euros e 1.140,59 euros, respetivamente, pelo abastecimento de água. 

"Os animais vagueiam pelas ruas de Lisboa. A Câmara Municipal de Lisboa olha para o lado. Os animais são acolhidos na União Zoófila. Anualmente, a União Zoófila paga, só pela água que eles consomem, quase 15 mil euros à Câmara Municipal de Lisboa. E outro tanto à EPAL. Ou cortam-lhes a água. A União Zoófila já tentou tudo. Cartas. Reuniões. E nada", pode ler-se na publicação com centenas de comentários em defesa da associação.

No final, a União Zoófila explica como se pode contribuir para que a água não seja cortada na associação sem fins lucrativos que alberga e cuida de centenas de gatos e cães abandonados pelas ruas de Lisboa. E deixa ainda um aviso: "Ninguém matará à sede a Pinha e todos os outros 700 cães e gatos ao cuidado da União Zoófila. Ninguém", realça.

Solução pode passar por isenção de taxas

Entretanto, esta segunda-feira, a provedora dos Animais de Lisboa esclareceu que poderá pedir à Câmara a isenção de taxas na fatura da água da União Zoófila, para evitar um corte no abastecimento, mas que esta é uma hipótese entre várias.

"Vamos ponderar todas as situações viáveis para que [o corte da água na União Zoófila] não aconteça. Inclusivamente avaliar a possibilidade de ter a isenção de alguma taxa", revelou à agência Lusa a Provedora dos Animais de Lisboa, Marisa Quaresma dos Reis.

O CM tentou contactar a União Zoófila mas sem sucesso até ao momento.

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