A edição de hoje
Os familiares das três jovens de Santa Comba Dão assassinadas em 2005 e 2006 pelo ex-cabo da GNR António Costa – que cumpre pena de 25 anos na cadeia de Santarém – ainda não receberam um cêntimo dos 370 mil euros que o Tribunal Judicial da Figueira da Foz determinou como indemnização a pagar por danos morais e patrimoniais.
Quatro anos depois da sentença ter transitado em julgado – a defesa recorreu do acórdão até ao Supremo Tribunal de Justiça –, os familiares das três jovens estão revoltados pela demora da Justiça. "É uma vergonha. Estou convencido que ele [cabo António Costa] vai sair da cadeia mais cedo. A nossa Justiça é lenta", lamenta-se Roldino Isidoro, pai de Isabel Isidoro, que desapareceu a 24 de Maio de 2005 – então com 16 anos – e apareceu morta num areal da Figueira da Foz. "Ficámos sem a minha irmã e agora temos de aguentar muitos anos com a burocracia da Justiça", reclama João Tiago Isidoro, de 24 anos, irmão gémeo de Isabel.
O Tribunal da Figueira da Foz condenou o cabo António Costa à pena máxima e ao pagamento de 100 mil euros à família de Mariana Lourenço, 115 mil euros aos pais de Isabel Isidoro e 155 mil euros aos pais de Joana Oliveira. "É claro que nenhum dinheiro deste Mundo vai trazer a minha sobrinha de volta à vida, mas é lamentável o que nos estão a fazer. O Estado deveria ter uma intervenção de força nestes casos", diz Luís Gomes, o ourives com quem vivia Mariana Lourenço.
Carlos Anjos, presidente da Comissão de Protecção às Vítimas de Crimes Violentos, considera que "há uma desconformidade gritante entre a capacidade do tribunal estabelecer a indemnização e a capacidade de a fazer executar". As famílias pediram um arresto dos bens de António Costa.
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