Quase três mil docentes estão impedidos de mudar de escola por questões de saúde, apesar de reconhecido o direito.
A Fenprof alertou esta terça-feira para um aumento de baixas médicas de professores no próximo ano, tendo em conta os quase três mil docentes impedidos de mudar de escola por questões de saúde, apesar de reconhecido o direito.
"Nós iremos ter com certeza um aumento das situações por baixa médica", disse esta terça-feira o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, durante uma conferência de imprensa para fazer um balanço e avaliação do ano letivo que terminou.
As novas regras do regime de mobilidade por doença (MPD), que permite aos docentes doentes mudar de escola para, por exemplo, ficarem mais próximos do local de tratamento, foi um dos principais problemas apontados pela Fenprof.
Dos 7.547 pedidos de transferência de escola, os serviços consideraram que 95% tinham esse direito, mas foram colocados apenas 4.268 professores, segundo os dados divulgados segunda-feira pela Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE).
"Quase três mil professores -- 2.876 - a quem foi reconhecida a existência de doença incapacitante não obtiveram colocação", alertou Mário Nogueira.
A tutela, continuou, "arranjou um potencial de quase três mil professores que provavelmente não terão alternativa que não seja no próximo ano entrar de baixa médica".
As novas regras preveem critérios que limitam, por exemplo, a colocação dos docentes à capacidade de acolhimento das escolas, tornam obrigatória a componente letiva, e definem uma distância mínima entre a escola de origem, a residência ou prestador de cuidados médicos e a escola para a qual o docente pede transferência.
Para a Fenprof, o novo regime "não faz sentido nenhum", porque faz depender das vagas disponíveis nas escolas e das disciplinas ministradas.
"Dirá o ministério: Azar, o cancro deveria ter atacado o professor de Inglês e atacou um de Filosofia. Se fosse de Inglês havia vaga, de Filosofia não havia. Azar o filho com deficiência apoiado pela professora, que é mãe, deveria ser uma professora de 1.º ciclo, mas não era, é educadora de infância, porque a vaga era do 1.º ciclo. Ou o professor que não pode fazer deslocações deveria ser de Beja, que tinha vaga, mas é de Braga", criticou Mário Nogueira.
"O Ministério fica com cerca de cinco mil vagas por preencher e recusa a colocação a três mil professores, a quem reconhece a existência de situações que justificam a deslocação. Desde o inicio que dissemos que não tinha sentido nenhum ser por grupo de recrutamento, porque as doenças incapacitantes não escolhem disciplinas. As pessoas são portadoras delas independentemente da disciplina", criticou Mário Nogueira.
A partir desta terça-feira, os professores que não conseguiram colocação podem aperfeiçoar a sua candidatura.
Segundo Mário Nogueira, cerca de "400 professores" vão entregar documentos para adicionar aos seus processos, aos quais se deverão juntar outros "colegas que apresentaram petições, porque não puderam concorrer por estavam colocados a menos de 20 quilómetros".
As escolas tinham quase dez mil vagas para acolher docentes em mobilidade, mas apenas 46% foram preenchidas, segundo dados da DGAE.
A taxa média de ocupação mais alta registou-se nos quadros de zona pedagógica (QZP) das regiões Norte e Centro, em que os professores transferidos em mobilidade por doença representam ente 65% e 83% da capacidade de acolhimento das escolas, por oposição aos QZP do Alentejo, onde a ocupação não chegou a metade, ao Algarve (7%) e à Área Metropolitana de Lisboa (5%).
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.