"A sua ligação ao futebol fez-se através do clube da terra que o viu nascer, que com o seu apoio levou o Sporting Clube Campomaiorense ao escalão maior do nosso futebol e à final da Taça de Portugal sendo, até hoje, o primeiro e único emblema alentejano a estar presente na grande festa do Jamor", referiu Fernando Gomes.
O Benfica, o Sporting e o FC Porto lamentaram este domingo a morte do empresário Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro - Delta Cafés, que faleceu aos 91 anos.
Em comunicado, o Benfica fala em "uma referência e uma inspiração para todos", relembrando "o imenso humanismo, portugalidade e sentido social que imperava em cada uma das suas iniciativas".
"Sócio 4696, emblema de ouro com mais de 50 anos de dedicação ao clube, é um orgulho para o Sport Lisboa e Benfica ter o Grupo Delta como parceiro e poder ter assistido de perto ao crescimento e internacionalização de uma das maiores marcas portuguesas sob a liderança de Rui Nabeiro", lê-se.
Igualmente em comunicado, "o Sporting Clube de Portugal manifesta o seu pesar pela morte de Rui Nabeiro, que faleceu este domingo aos 91 anos".
"O Futebol Clube do Porto envia sentidas condolências aos familiares e amigos de Rui Nabeiro, bem como a toda família Delta, parceira de longa data do nosso clube", lê-se numa mensagem do FC Porto, na rede social Twitter.
O presidente do Chega, André Ventura, destacou a "importância incontornável" do empresário Rui Nabeiro na história e na economia portuguesa, sendo um "exemplo extraordinário para os portugueses" e a personificação da "alma lusitana".
Num vídeo enviado às redações, André Ventura deixou as condolências e partilha o "sentimento de dor à família de Rui Nabeiro", considerando que "a sua importância é incontornável na história e na economia portuguesa".
"É um exemplo extraordinário para os portugueses, um exemplo extraordinário de ambição num momento em que Portugal, a economia portuguesa, tanto precisa dessa ambição", enfatizou.
Para o líder do Chega, o comendador "é também um exemplo de homem português porque ser português e ser solidário é parte desta mesma alma lusitana" que "Rui Nabeiro personificava tão bem".
"Mais do que um nome, Rui Nabeiro representa uma marca de força, de ambição e de olhar para o lado, de olhar para o outro", elogia, prometendo não esquecer "o homem que, vindo do nada, construiu um império, lidera o mercado em Portugal e é hoje uma das marcas enormes em expansão no mercado internacional".
Já o líder do CDS-PP, Nuno Melo, através de um comunicado enviado às redações, assinalou a "rara consciência social" de Rui Nabeiro, considerando que com o desaparecimento do Comendador "Portugal fica mais pobre".
"Empreendedor notável e exemplar teve sucesso à escala mundial graças a uma singular visão empresarial e impressionante capacidade de trabalho, criando uma marca de referência internacional", elogia o líder centrista.
Nuno Melo realçou "uma rara consciência social" e lembrou a distribuição de "parte substancial da riqueza que criou entre os mais desfavorecidos, sem nunca esquecer a região que o viu nascer", apresentando as condolências à família.
A reitora da Universidade de Évora (UÉ), Hermínia Vasconcelos Vilar, recordou hoje o empresário Rui Nabeiro como "um exemplo" e enalteceu o apoio que sempre deu ao ensino superior e investigação.
Rui Nabeiro "é um exemplo pela sua carreira pessoal, profissional e pelo seu percurso" e, para a UÉ, a sua morte "é uma grande perda", afirmou a reitora da academia alentejana, em declarações à agência Lusa.
Segundo Hermínia Vasconcelos Vilar, o empresário Rui Nabeiro "desde cedo, apoiou e percebeu a importância não apenas da universidade como instituição de ensino, mas também da investigação" académica.
O Presidente da República timorense lamentou a morte de Rui Nabeiro, um "homem bom e generoso", recordando os esforços do empresário português para promover o café timorense no exterior.
"Uma vida longa de grandes iniciativas empresariais, de criar emprego, riqueza para Portugal, para as comunidades onde a Delta estava instalada", disse José Ramos-Horta, em declarações à Lusa em Díli.
"Fez algumas tentativas de comprar café de Timor no início, mas o mercado na altura já era bastante orientado para outros países como os Estados Unidos. Ainda assim a sua passagem por Timor foi sentida", recordou.
O chefe de Estado timorense disse que Nabeiro acabou por não poder voltar a Timor-Leste, apesar de a Delta continuar a promover café de Timor-Leste, e recorda uma viagem que fez com o empresário a um evento internacional em Nova Iorque.
"Falámos muito, falámos muito da Delta e do café de Timor. Tenho grata recordação dele. Uma pessoa boa, generosa para os trabalhadores e as suas famílias", lembrou Ramos-Horta, que falava à margem da inauguração de um novo espaço multiúsos do grupo de media GMN, em Díli.
O lote "Timor" é hoje um dos que integra a coleção da Delta, descrito com "um blend harmonioso, exótico e de deliciosa plenitude", com café da região de Ermera, a sul de Díli, e que se distingue segundo a empresa pelo seu "sabor cheio, acidez suave e traços doces de chocolate", segundo a empresa.
No inicio de 2000 as autoridades transitórias timorenses chegaram a anunciar que Rui Nabeiro e a Delta Cafés pretendiam comprar todo o café do país então armazenado, com um programa de pretendia colaborar com o desenvolvimento do setor que emprega cerca de 70 mil famílias.
O apoio da Delta era essencial para travar o que era, na opinião das autoridades timorenses, o monopólio norte-americano que até então controlava quase toda a exportação de café de Timor-Leste.
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) lamentou a morte de Rui Nabeiro, considerado "consensualmente" um dos maiores empresários portugueses de sempre, notando que este é um dia triste e destacando a sua preocupação social.
Numa nota de pesar sobre a morte do presidente e fundador do Grupo Dela Cafés, a CCP destaca o "espírito distintivo" e a "preocupação social permanentemente expressa" no dia-a-dia pelo empresário.
"Rui Nabeiro era possuidor de uma intuição notável, de um sentido de inovação inesgotável e de estratégia e visão empresarial que, ao longo de décadas, transformaram o Grupo Delta no exemplo não apenas nacional mas inclusive mundial que é atualmente", refere-se na mesma nota de pesar.
Citado na nota, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, considera o desaparecimento de Rui Nabeiro "um momento extremamente triste para o país" e lembra que para o empresário "o negócio sempre foi muito mais do que apenas números", o que justifica que tenha "marcado de forma tão significativa e diferenciadora a vida empresarial do país".
"Uma das principais caraterísticas de Rui Nabeiro era mesmo a de saber ouvir, um sentimento inato de que era preciso compreender o que os outros pensavam", destaca Vieira Lopes, precisando que tal "foi fundamental na forma como encarou o seu negócio, compreendendo as necessidades dos trabalhadores, parceiros e consumidores".
"Foi um embaixador de excelência de Portugal e do seu Alentejo. O legado que nos deixa deve ser um exemplo para todos os empresários portugueses", precisa o presidente da CCP.
A Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES) manifestou "profundo pesar e consternação" pela morte do empresário e comendador Rui Nabeiro, apontando-o como "um exemplo para o país".
O escritor José Luís Peixoto considerou que, com a morte do empresário Rui Nabeiro, "perdeu-se alguém muito especial" não só do ponto de vista empresarial, mas também humano, que teve as pessoas como a sua "principal preocupação".
O empresário Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro - Delta Cafés, morreu hoje aos 91 anos, vítima de doença, no Hospital da Luz, em Lisboa, disse à Lusa fonte do grupo.
José Luís Peixoto, autor do romance "Almoço de Domingo", inspirado na vida do empresário, referiu à agência Lusa que Rui Nabeiro era "alguém muito especial a vários níveis", que, além de ter feito "uma carreira extraordinária" no mundo empresarial, sobressaiu do ponto de vista humano "naquilo que diz respeito ao seu desenvolvimento, tendo marcado Campo Maior, o Alentejo e até mesmo o país".
"Na minha perspetiva, é esta dimensão que verdadeiramente o distingue e também foi este o centro do seu propósito. Rui Nabeiro foi um empresário que teve como principal preocupação as pessoas, nomeadamente as que lhe eram mais próximas e acredito que será por isso que continuará a ser recordado por muitos anos", disse José Luís Peixoto.
A nível pessoal e de amizade, o escritor realçou a "grande generosidade de Rui Nabeiro", sublinhando que "essa partulha o marcou muito", apesar da grande diferença de idades. Lembrou a propósito a forma e "à vontade com que Rui Nabeiro partilhou a sua experiência de vida em múltiplas dimensões".
O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, destacou a "visão empresarial fora de série" de Rui Nabeiro, acentuando que o empresário colocou Portugal e Campo Maior no mapa.
"O Comendador Rui Nabeiro era um homem com um raro espírito empreendedor, com uma ética e uma visão empresarial fora de série", disse Luís Miguel Ribeiro, lembrando que o empresário foi membro do Conselho Geral da AEP e sócio honorário.
Acentuando a tristeza com que a morte de Rui Nabeiro foi recebida pela classe empresarial, o presidente da AEP destaca que os valores humanistas, o legado, a honestidade e o respeito pelo próximo "marcaram o percurso deste grande empresário português".
A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) enalteceu o "extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação" de Rui Nabeiro, manifestando "grande pesar" pela morte do empresário, aos 91 anos.
"Rui Nabeiro foi um extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação. A sua visão e determinação foram cruciais para transformar a Delta Cafés numa marca líder em Portugal e uma referência internacional no setor do café. Ao longo de décadas, liderou a empresa com paixão e dedicação, procurando sempre novas formas de melhorar e expandir o negócio", referiu a entidade.
Num comunicado enviado às redações, a CCIP considerou que a morte de Rui Nabeiro é "uma perda enorme não apenas para a família, amigos e colaboradores, mas também para a comunidade empresarial portuguesa e para o país como um todo", recordando ainda a visão do empresário e as suas preocupações sociais ao longo de uma "notável carreira".
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, destacou o "coração enorme", bem como a "generosidade e solidariedade" de Rui Nabeiro, reforçando que o país "deve-lhe imenso".
"Homem com um coração enorme, que sempre foi o seu bem mais valioso, inspirou inúmeras pessoas com os seus gestos permanentes de generosidade e solidariedade", enaltece o ministro da Saúde na mensagem de condolências, na qual apresenta "as mais profundas condolências" à família do empresário que morreu hoje aos 91 anos.
Destacando o "empresário genial" e o "cidadão exemplar", Manuel Pizarro afirma que o país "deve-lhe imenso" e que jamais esquecerá o "apoio que sempre deu ao Serviço Nacional de Saúde, enquanto utilizador do Hospital de Elvas e doador de múltiplos e importantes apoios".
O PS enalteceu o legado de "inspiração visionária com base na generosidade" deixado pelo empresário Rui Nabeiro, comprometendo-se a honrar "a sua memória de dinamismo e solidariedade".
"Portugal acordou hoje com a dor da perda de uma das suas mais acarinhadas referências, destacado e singular impulsionador económico e social", lamentou o PS, numa nota de pesar enviada à agência Lusa, na qual são manifestadas "mais profundas condolências" pela morte de Rui Nabeiro.
Associando-se ao "afeto coletivo perante um dos seus históricos militantes e dirigentes", o PS recordou que Rui Nabeiro "foi o grande responsável, em Portugal, pela valorização de conceitos fundamentais na gestão de empresas, como a solidariedade institucional, a ética laboral e negocial e a projeção das comunidades".
"Rui Nabeiro deixa um legado de inspiração visionária com base na generosidade. O Partido Socialista compromete-se a honrar, perpetuando-a, a sua memória de dinamismo e solidariedade", assegurou o partido.
Através das redes sociais, o presidente do PS, Carlos César, tinha deixado um "abraço solidário" à família de Rui Nabeiro que deixou "um enorme legado como cidadão, como empresário exemplar, empenhado no sucesso da sua obra tal como no sucesso do seu país e dos seus concidadãos".
"O seu partido, o Partido Socialista, conservá-lo-á sempre na melhor das suas memórias", prometeu Carlos César.
A nota de pesar do PS destacou também que "a história de vida de Rui Nabeiro prende-se com a história do próprio Portugal recente", evidenciando o percurso do empresário que deixou também "a sua marca na vida política portuguesa".
"Foi por duas vezes, antes do 25 de Abril de 1974, Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, cargo que deixaria, alegando incompatibilidade com o respetivo Governador Civil. Viria a ser eleito democraticamente pelo Partido Socialista em 1977, sendo reeleito duas vezes, e mantendo-se no cargo até 1986", pode ler-se na mesma nota.
O PS referiu ainda que Rui Nabeiro manteve até "ao fim da vida a sua ligação" ao partido, "onde exerceu cargos como o de Presidente da Concelhia Política de Campo Maior, tendo sido mandatário também de várias campanhas ligadas ao partido".
"A solidariedade e a sustentabilidade foram também dimensões a que dedicou a sua vida e em que cultivou a sua marca", elogiam os socialistas, dando como exemplo o Centro Educativo Alice Nabeiro e a criação da Cátedra Rui Nabeiro, "destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação científica na área da biodiversidade".
Os socialistas referiram que, em 1995, Mário Soares atribuiu-lhe o grau de Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial Classe Industrial e que em 2006, Jorge Sampaio distinguiu-o como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, sublinhou que Rui Nabeiro foi um exemplo de fazer bem, cuja dimensão humana deve servir de "farol" a todos.
Para António Saraiva, o país viu partir um dos seus melhores empresários, um homem que era "um exemplo de fazer, de fazer bem, de responsabilidade".
O líder da CIP salientou que, além de ter construído do nada uma empresa de referência nacional e internacional, se destacou pelos valores, princípios e ética.
Numa declaração à Lusa, o presidente da CIP referiu-se a Nabeiro como um exemplo de determinação e de visão "porque sempre apontou para três objetivos na atividade empresarial", que deviam ser seguidos pelo país: dimensão empresarial, inovação e internacionalização.
António Saraiva destacou ainda a dimensão humana de Rui Nabeiro e a forma como era apreciado por todos os colaboradores, pela região onde vivia e mesmo por todo o país e cujo percurso "deve servir de farol, de luz avisadora para outros exemplos que felizmente o país tem".
Confiante de que o neto de Rui Nabeiro continuará a obra do avô, o presidente da CIP acentuou o legado que o empresário deixou e que estava refletido na sua capacidade de aliar a gestão a princípios, valores, ética, humanismo e responsabilidade social.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, lamentou a morte do empresário Rui Nabeiro, realçando o seu prestígio e "princípios e formas de estar na vida", que outros deveriam acompanhar.
Rui Nabeiro era "uma pessoa muito prestigiada, muito conhecida no país inteiro, até do ponto de internacional e, em particular, nesta região" do Alentejo, disse à agência Lusa o secretário-geral comunista.
Em declarações à Lusa, à margem de um almoço comício do partido em Serpa, no distrito de Beja, Paulo Raimundo endereçou condolências à família do comendador Rui Nabeiro (1931-2023), presidente e fundador do Grupo Nabeiro -- Delta Cafés.
"Aquilo que se impõe, nesta altura, é reconhecer esse reconhecimento que existe [à figura de Rui Nabeiro] e é enviar as condolências à família", disse o líder do PCP, sublinhando que é preciso "compreender esse conjunto de sinalizações positivas têm sido feitas" ao empresário, vindas de vários quadrantes da sociedade.
Questionado pela Lusa sobre se Portugal precisa de mais empresários como Rui Nabeiro, com raízes humildes e sempre acarinhado pelos trabalhadores, na sua terra natal, Campo Maior (Portalegre), e pelo país, Paulo Raimundo destacou as suas qualidades.
"Como disse há pouco, é uma pessoa justamente reconhecida no país, e na região em particular, por alguma razão há de ser. E eu acho que há, de facto, princípios e formas de estar que muito mais gente devia acompanhar", argumentou.