Caulino já só deixa dívidas a freguesias

Pelo segundo ano consecutivo, a empresa Mibal – Minas de Barqueiros SA não cumpre com o pagamento da compensação anual às freguesias de Vila Seca e Milhazes, em Barcelos, pela exploração de caulinos. O prazo para o pagamento acaba esta quinta-feira e, até quarta-feira, as autarquias não tinham recebido os dez mil euros protocolados. A dívida a cada freguesia ascende a 20 mil euros.

"Tudo o que nós temíamos está a acontecer. Há caminhos destruídos, crateras abertas por todo o lado e águas de lavagem de caulinos vazadas diretamente nos cursos de água", atirou José Faria, autarca de Vila Seca, que acusa a empresa exploradora de inertes de não estar a cumprir "em aspeto nenhum".

Freguesia gerida a partir de França

A empresa não está a cumprir outras obrigações constantes do acordo que viabilizou a exploração. Os autarcas temem que as populações se revoltem. A empresa comprometia-se, entre outras coisas, a contribuir com 100 mil euros para a construção de um caminho alternativo à exploração, mas até agora a junta de freguesia não recebeu o dinheiro.

Os autarcas têm feito chegar o seu descontentamento à empresa, através da câmara municipal, mas até ao momento sem qualquer resultado. "Andamos nisto há quatro anos. Simplesmente não respondem, e quando o fazem é de forma evasiva", refere José Faria.

A exploração de caulinos é feita desde 2011 e está prestes a atingir os cinco hectares, nas freguesias de Vila Seca e Milhazes. José Faria refere que há casos de vários acidentes envolvendo camiões da empresa e receia que as coisas possam piorar. "Há crateras abertas, sem qualquer proteção, que são um perigo para as crianças", avisa o autarca, que teme que a população se revolte.

O Correio da Manhã tentou na quarta-feira, sem sucesso, contactar a empresa Mibal.