Compromisso da organização passa pela redistribuição da riqueza, enfrentar a transição energética e o abandono dos combustíveis fósseis.
A Greenpeace exigiu este domingo que as empresas mais poluentes paguem mais impostos, para proteger o planeta, na véspera da 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4) das Nações Unidas, que se realiza em Sevilha, Espanha.
Num encontro para analisar a justiça fiscal e climática, os desafios ambientais globais e a necessidade de proteger os direitos sociais, também temas da conferência, a diretora executiva da Greenpeace Espanha e Portugal, Eva Saldaña, explicou que espera que os líderes globais ouçam o que já está a acontecer nas ruas e mudem a arquitetura financeira global.
Eva Saldaña anunciou que vai pedir aos governos participantes na conferência de Sevilha que transformem a economia, para que os muito ricos e as grandes empresas poluidoras destinem o seu dinheiro e impostos especiais à proteção do planeta.
Nesse grupo incluiu grandes empresas de energia e algumas do setor agroalimentar que, na opinião da Greenpeace, deveriam alocar recursos para uma ação climática, proteção da biodiversidade e programas sociais.
"É muito importante que todos os governos se comprometam com uma abordagem fiscal diferente, uma abordagem fiscal que começa agora a ser discutida", salientou esta responsável, apelando à ação agora para as gerações futuras, mas também para as pessoas vulneráveis que sofrem com eventos climáticos extremos, como a atual onda de calor.
O compromisso da Greenpeace passa pela redistribuição da riqueza, enfrentar a transição energética e o abandono dos combustíveis fósseis, bem como lançar uma transição agroalimentar com foco em alimentos saudáveis e por produtores, agricultores e pescadores artesanais.
Mais de 60 líderes mundiais e 4.000 representantes da sociedade civil reúnem-se na próxima semana em Sevilha para relançar a ajuda ao desenvolvimento, que tem atualmente um défice de quatro biliões de dólares anuais, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Esta quarta conferência decorre de segunda a quinta-feira, 10 anos depois da anterior, na Etiópia, em 2015.
O objetivo agora é "renovar o quadro do financiamento global ao desenvolvimento", num momento de "graves tensões geopolíticas e conflitos" e quando "estão gravemente atrasados" os objetivos acordados pela comunidade internacional na Agenda 2030, lê-se no texto "Compromisso de Sevilha", a declaração já negociada no seio da ONU que deverá ser formalmente adotada na próxima semana.
"Estamos a ficar sem tempo para atingir os nossos objetivos e enfrentar os impactos adversos das alterações climáticas. (...) O fosso entre as nossas aspirações de desenvolvimento sustentável e o financiamento para as concretizar tem continuado a aumentar, particularmente nos países em desenvolvimento, atingindo um valor estimado de 4 biliões de dólares anuais" (cerca de 3,4 biliões de euros), lê-se no texto que líderes de governo e de Estado de todo o mundo se preparam para assinar em Sevilha.
Segundo as contas da ONU, o défice atual na ajuda ao desenvolvimento é 1.500 mil milhões mais do que há dez anos e em 2024 a ajuda oficial ao desenvolvimento caiu pela primeira vez nos últimos seis anos, com previsão de nova queda de 20% para 2025.
Entre os líderes confirmados em Sevilha estão a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, que será o anfitrião, ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres.
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, já confirmou a presença e estarão também em Sevilha líderes de outros países lusófonos.
Passarão ainda pela cidade espanhola os líderes das principais organizações financeiras internacionais, como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional, responsáveis de agências e programas de apoio ao desenvolvimento, organismos e protagonistas do setor privado e organizações não-governamentais.
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