Sindicato pretende, em primeiro lugar, que as remunerações mensais passem a refletir o aumento de 2,4% relativo à inflação.
A greve dos trabalhadores da Suldouro em Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia registava esta manhã uma adesão de 90%, revelou fonte sindical, disponibilizando-se a terminá-la logo que a empresa apresente "propostas concretas" de valorização salarial.
Em causa está a paragem que o Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel) iniciou às 00h00 desta quarta-feira na empresa responsável pela triagem e tratamentos dos resíduos sólidos urbanos recolhidos dos dois referidos concelhos da Área Metropolitana do Porto, onde a greve está prevista até às 23h59 de sexta-feira, embora com serviços mínimos garantidos pelos restantes 10% da força laboral da casa.
Gustavo Gaspar, dirigente do Sindel, disse à Lusa que a paragem se deve à indisponibilidade da Suldouro para atender às reivindicações dos funcionários numa negociação salarial que "está a arrastar-se há tempo demais, sempre com a administração a fazer promessas, promessas, mas a não concretizar nada".
Em concreto, o sindicato pretende, em primeiro lugar, que as remunerações mensais passem a refletir o aumento de 2,4% relativo à inflação e a incluir um acréscimo adicional de 100 euros "para todos os trabalhadores por igual", já que, até aqui, no universo global dos cerca de 180 funcionários da casa, "só alguns têm tido promoções", generalizadamente associadas ao desempenho.
A outra exigência do sindicato é o aumento do subsídio de almoço de 7,5 para 10,5 euros, no que Gustavo Gaspar realça que outras empresas do mesmo grupo viram o apoio para refeição beneficiado em 50 cêntimos, enquanto no aterro da freguesia de Sermonde, em Gaia, "nem a isso os trabalhadores tiveram direito".
Para o secretário executivo da direção do Sindel, e responsável pelo setor da indústria, ver essas duas pretensões concretizadas seria "mais do que justo", considerando que "a maioria dos funcionários da Suldouro ganha apenas 885 euros por um trabalho que é muito intenso e exigente: tem uma certa rotatividade porque as pessoas não conseguem aguentar o mau cheiro e implica vacinação contra certas doenças, porque se trabalha com resíduos perigosos e nem sequer há subsídio de risco para isso".
Embora referindo que a empresa "está muito preocupada com o lixo que vai ficar por recolher nas principais avenidas de Gaia, mas não tem o mesmo problema com as ruas secundárias", Gustavo Gaspar adianta que os efeitos da greve se vão notar "sobretudo nos ecopontos", já que esses é que não serão esvaziados durante os três dias da paragem sindical.
Outro problema resultante da situação foi identificado já esta manhã: "O Ministério do Ambiente obriga a que uma certa percentagem dos resíduos vá obrigatoriamente para reciclagem, mas, sem pessoal na triagem, a empresa está a mandar o lixo diretamente para aterro, sem o separar antes".
O sindicalista garante, contudo, que o pessoal em greve está "disponível para regressar ao trabalho no imediato" se, entretanto, a Suldouro trouxer à negociação "propostas razoáveis concretas, para concretizar já".
Questionada pela Lusa, a empresa começa por reconhecer o "trabalho essencial" dos seus funcionários no tratamento e valorização das mais de 208.000 toneladas de resíduos produzidos pelos cerca de 450.000 habitantes de Feira e Gaia, afirmando depois que os seus centros de triagem e tratamento mecânico e biológico do lixo estão "preparados para receber e armazenar resíduos durante o período de greve". Garante, aliás, que "o material recolhido pode ser devidamente processado nos dias seguintes" e que "a recolha dos resíduos indiferenciados (...) mantém-se, assim como o serviço de recolha porta-a-porta doméstico".
Quanto às reivindicações do sindicato, a Suldouro diz que "defende as condições salariais dos seus trabalhadores com propostas concretas", mas, sem indicar quais são, adianta que essas foram "apresentadas junto das entidades de tutela" -- entre as quais se incluirá a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, que analisa o efeito das atualizações no tarifário do consumidor final -- "e aguarda a aprovação" das mesmas.
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