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Grupo de Apoio ao Tibete explica gesto de Dalai Lama em vídeo polémico

Organização fala em má tradução e contexto cultural para defender líder espiritual do Tibete.

19 de abril de 2023 às 15:30
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Dalai Lama pede a menino que lhe chupe a língua e gera polémica

O Grupo de Apoio ao Tibete explicou esta quarta-feira, em comunicado, que o vídeo polémico onde se vê Dalai Lama pedir a um menino indiano que lhe chupe a língua está mal traduzido e culturalmente descontextualizado.

A organização começa por explicar que a interação entre Dalai Lama e a criança teve dois momentos. No início do evento, a criança oferece alguns presentes a Dalai Lama, toca nos pés do líder espiritual, no que seria um "tradicional gesto indiano que simboliza uma demonstração de respeito", e ouve os seus conselhos, finalizando a interação com um abraço. Na parte final do evento, a criança pede outro abraço a Dalai Lama, algo que, segundo o Grupo de Apoio ao Tibete, não é comum.

"Neste momento S.S. o Dalai Lama viria então a referir algo que foi divulgado e traduzido do inglês como 'chupar' mas que, para um ouvinte que entenda o idioma tibetano, o que realmente S.S. referiu foi 'and dza' ('dza', palavra tibetana, pronuncia-se "sa" e significa comer) ou seja "e come" seguido da palavra "língua" em inglês", refere a organização.

O grupo afirma também que o contexto cultural é muito importante para entender tal ação do líder espiritual do Tibete, visto que na cultura tibetana é normal os avós beijarem crianças pequenas, para além de lhes darem "um doce ou um pedaço de comida a partir de suas bocas - diretamente de uma boca para outra".

"Depois das/os avós/avôs darem um beijo e um doce, e uma vez que já não há mais nada na boca, mais nada para dar, dirão a frase: 'agora come a minha língua'. A frase tibetana é 'Che le sa' e tem este significado, 'eu dei-te todo o meu amor e o doce, e agora tudo o que resta é, comer a minha língua'", esclareceu o grupo em comunicado.

O grupo afirma que o vídeo que circulou nas redes sociais e gerou polémica foi "maliciosamente editado" e que terá sido amplamente partilhado nas redes sociais por agências governamentais do Partido Comunista Chinês, acusando o líder espiritual tibetano de "má conduta sexual".

"Para entendermos o gesto de S.S. o Dalai Lama, temos que ter algum conhecimento acerca da forma como normalmente interage com o público, as palavras que usa e ações que realiza", afirmou a organização acrescentado que é fundamental os testemunhos da criança e da sua família sobre os instantes em que estiveram com Dalai Lama.

Após a polémica em torno do vídeo, os pais da criança enviaram uma carta ao gabinete do líder espiritual a pedir desculpas pelo incidente e "reiterando que a sua fé e respeito por Sua Santidade permaneciam intactos".

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