A edição de hoje
Em pânico com o fogo, idosa não saía de casa. Ana Batista convenceu-a.
Foi um grande milagre que nos tirou dali de dentro. Eu sozinha não fazia aquilo". Com as mãos direitas erguidas ao céu, Ana Batista, agora com 88 anos, não se cansa de agradecer a ajuda divina que a inspirou para conseguir tirar a amiga da casa em chamas , em Freixo, Ponte de Lima. Ana Martins, 83 anos, ficou em pânico quando na madrugada de 13 de outubro de 2013 abriu a porta e viu que a casa estava totalmente tomada pelas chamas. "Comecei a gritar. Só pensava que íamos morrer as duas ali queimadas", lembra a idosa, elogiando a coragem da amiga com quem dormia todos os dias para evitarem a solidão da noite.
Num ato que ainda hoje não consegue explicar, Ana Batista abriu as janelas que davam acesso a um telhado nas traseiras da casa, convenceu a amiga a ajudá-la a subir e saltou de uma altura de dois metros para o quintal. "Cai de pé e não me magoei", conta, sorridente. Foi depois buscar uma escada e ainda a segurou para a amiga descer. "Ela só gritava e dizia que íamos morrer", lembra a idosa,
A coragem de Ana Batista salvou a vida das duas, mas ainda assim, recusa o título de heroína. Diz que o que lhes aconteceu foi "um grande milagre". "Se tinha fé, agora tenho mais. Tenho muitas graças a dar a Deus e a Nossa Senhora", atira, de lágrimas nos olhos, sempre com as mãos erguidas ao céu.
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